Ciência

Nova variante encontrada na França está sendo monitorada, diz OMS

A nova cepa tem 46 mutações; segundo o gerente de Incidentes da OMS, até agora, a variante não representa uma grande ameaça

OMS: vacinação continua sendo essencial principalmente para as populações vulneráveis (MR.Cole_Photographer/Getty Images)

OMS: vacinação continua sendo essencial principalmente para as populações vulneráveis (MR.Cole_Photographer/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de janeiro de 2022 às 11h13.

Última atualização em 5 de janeiro de 2022 às 11h41.

O gerente de Incidentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), Abdi Mahamud, afirmou que a nova variante do coronavírus encontrada na França está sendo monitorada "de perto" pela entidade. "Esse vírus teve altas chances de infectar desde novembro, quando foi identificado", disse o gerente em uma coletiva de imprensa em Genebra (Suíça).

Dessa forma, segundo Mahamud, até agora, a cepa ainda não representou uma grande ameaça. Quanto à ômicron, Mahamud destacou que a variante continua se espalhando rapidamente, sendo que a maioria dos países está vendo um alto número de casos e poucas mortes. De acordo com ele, a vacinação continua sendo essencial principalmente para as populações vulneráveis.

Segundo pesquisadores do Instituto Hospitalar Universitário (IHU) de Marselha, que fizeram a descoberta, a nova estirpe do SARS-CoV-2 tem 46 mutações, incluindo uma que está associada ao possível aumento de contágios.

O IHU de Marselha, especialista em doenças infecciosas, é dirigido pelo médico Didier Raoult, que recebeu advertência da Ordem dos Médicos francesa por ter violado o código de ética. Ele promoveu o uso do remédio antimalária hidroxicloroquina como tratamento para a covid-19 sem provas de sua eficácia.

A variante, da qual pouco ainda se sabe, foi batizada pelos cientistas com as iniciais do instituto, IHU, e deriva de outra, a B.1.640, detectada no fim de setembro de 2021 na República do Congo e atualmente sob vigilância da Organização Mundial da Saúde.

Na França, os primeiros casos da nova variante, que tem designação técnica B.1.640.2, foram observados em 12 pessoas na localidade de Forcalquier, na região de Provença-Alpes-Costa Azul, na mesma época em que a ômicron foi descoberta na África do Sul no ano passado. A última mutação desde então viajou o globo e levou a níveis recordes de contágio, ao contrário da francesa.

A ômicron, identificada em novembro, é a mais contagiosa de todas as variantes do coronavírus consideradas preocupantes, apresentando mais de 30 mutações genéticas na proteína da espícula, a "chave" que permite ao vírus entrar nas células humanas.

Vários países, incluindo Portugal e França, têm atingindo recordes diários de infecções devido à circulação dessa variante.

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