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Nasa pagará US$ 247 milhões por jato supersônico menos barulhento

Lockheed Martin foi a vencedora e deve desenvolver um jato supersônico menos barulhento para a Nasa

F-35: Lockheed Martin ganhou contrato com a Nasa para criar jato menos barulhento (Beth Steel/Lockheed Martin/Divulgação)

Victor Caputo

Publicado em 8 de abril de 2018 às 07h00.

Última atualização em 8 de abril de 2018 às 07h00.

A Lockheed Martin ganhou um contrato de US$ 247,5 milhões da Nasa para construir um jato supersônico mais silencioso, um passo rumo ao desenvolvimento de aviões capazes de transportar passageiros muito mais rapidamente pelo mundo.

A aeronave experimental deverá voar em 2021 e terá uma velocidade máxima de 1,5 vez a velocidade do som, ou cerca de 1.600 quilômetros por hora, a uma altitude de 55.000 pés, anunciou a Lockheed na terça-feira. O jato só terá espaço para um piloto, mas testará princípios de design que suavizam o estrondo sônico.

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O avião “entra nos anais de outros X-planes emblemáticos da história que testaram as fronteiras da tecnologia, da ciência e da inovação na aviação”, disse David Richardson, diretor da unidade Skunk Works da Lockheed, em entrevista coletiva com a Nasa, em Washington.

As parceiras buscam promover tecnologias capazes de superar restrições de ruído em voos supersônicos, proibidos para aviões civis sobre terra desde 1973. Após testes de segurança, o avião estará pronto para sobrevoar comunidades selecionadas para gerar feedback sobre o impacto. O objetivo final é abrir o céu para viagens de avião mais rápidas e estimular as fabricantes a construírem aeronaves mais velozes.

Reclamações sobre barulho

O Concorde, avião supersônico que começou a funcionar em 1976, foi construído por uma coalizão franco-britânica e operado pela Air France e pela British Airways até ser descontinuado, em 2003 -- em parte porque as reclamações sobre o ruído limitavam os voos.

O avião experimental da Lockheed será projetado para mitigar as ondas de choque emanadas do nariz, das asas, do motor e de outras áreas protuberantes do avião quando a barreira do som é quebrada. A aeronave usará peças existentes, como o trem de pouso de um F-16 Fighting Falcon e o assento do piloto de um T-38 Talon, e terá 28 metros de comprimento, com envergadura de 9 metros.

“O importante são os dados que serão coletados. Esses dados serão usados para moldar o futuro”, disse Richardson. “Estamos muito confiantes de que avançaremos a partir do design que temos e de que conseguiremos alcançar esse estrondo baixo.”

A Nasa estima que os jatos executivos serão o primeiro tipo de aeronave supersônica a ter sucesso comercial se a proibição aos voos sobre terra for suspensa. Os grandes aviões de passageiros capazes de romper a barreira do som provavelmente só aparecerão a partir de 2035, segundo a visão da Nasa.

Perspectivas comerciais

A Aerion, uma startup de jatos executivos apoiada pelo bilionário Robert Bass, do Texas, já está trabalhando no design de um avião capaz de voar sobre terra abaixo da velocidade do som e depois acelerar até Mach 1.4 sobre o oceano. A Gulfstream, uma unidade da General Dynamics, afirmou que não tentará construir uma aeronave supersônica enquanto não puder voar livremente sobre terra e mar.

A Boom Technology, uma startup do Colorado, nos EUA, está desenvolvendo um jato de passageiros supersônico com 45 a 55 assentos e em dezembro recebeu investimento de US$ 10 milhões da Japan Airlines.

A Lockheed, que fabrica o caça F-35 Lightning II, ajudou a Nasa a construir um pequeno protótipo do novo avião supersônico mais silencioso que foi testado em um túnel de vento. Em dezembro, a Lockheed também fechou acordo para ajudar a Aerion a construir seu jato supersônico.

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