Nasa foi hackeada por computador de US$ 35 normalmente usado por crianças
Ataque durou quase um ano e agência foi obrigada a desligar sistemas de controle de voos espaciais do centro afetado pelo invasor de sistema
AFP
Publicado em 24 de junho de 2019 às 21h30.
Um hacker se infiltrou na rede informática de um centro da Nasa no ano passado com um mini computador de 35 dólares, obrigando a agência americana a desligar temporariamente os sistemas de controle dos voos espaciais do centro afetado.
O ataque começou em abril de 2018 e continuou durante quase um ano nas redes do Jet Propulsion Laboratory (JPL) em Pasadena (Califórnia), revelou o inspetor-geral da Nasa em um informe publicado em 18 de junho.
Para realizar o ataque, o hacker utilizou o mini computador Raspberry Pi, que se conecta a uma televisão. É utilizado principalmente por crianças em países em desenvolvimento para aprender a codificar.
O Raspberry Pi foi conectado sem autorização ao sistema JPL. Segundo o informe, foram roubados 500 megabytes de dados.
O roubo inclui dois arquivos confidenciais. Um deles continha dados científicos obtidos pelo rover Curiosity, que está em Marte. Outro tinha dados relacionados com a lei de controle de exportações para tecnologias que podem ser utilizadas militarmente.
"Mais importante ainda, o hacker conseguiu se infiltrar em duas das três redes principais do JPL", detalha o informe.
A falha fez a Nasa temer que o hacker pudesse entrar, a partir do centro da Califórnia, em outros dentro do país, incluindo o Centro Espacial Johnson, em Houston, onde se encontra a sala de controle da Estação Espacial Internacional e dos voos americanos.
Finalmente, "Houston" se desconectou do portal JPL com o objetivo de evitar qualquer contaminação. Em março, o centro ainda não havia se reconectado completamente.