Nasa entra em fase de preparativos para lançar o telescópio James Webb
O 'substituto' do lendário Hubble será colocado em órbita no dia 22 de dezembro. A missão é atualizar a capacidade da agência de observar os rincões do universo
André Lopes
Publicado em 14 de dezembro de 2021 às 14h45.
Última atualização em 16 de dezembro de 2021 às 12h45.
Atualização: A Nasa adiou o lançamento do telescópioe informou que não será antes do dia 24 de dezembro, mas a nova data e o novo horário ainda não foram divulgados.
Frente às recorrentes falhas de operação do telescópio Hubble, que presenteou a humanidade por 32 anos com imagens que detalharam a magnitude do universo e suas galáxias, a Nasa prepara uma nova fase tecnológica para a observação do que está ao além Terra.
No dia 22 de dezembro, é chegada a hora de colocar nos céus o telescópio James Webb, que custou à agência cerca de 10 bilhões de dólares para ser fabricado.Perto do derradeiro momento, o telescópio, que já foi transportado ao edifício de montagem, segue aguardando seu encontro com o foguete Ariane 5, da Arianespace, no Espaçoporto Europeu, Guiana Francesa.
De lá, o novo observatório partirá com a missão de produzir imagens de objetos a incríveis distâncias da Terra, com estimadas 100 vezes mais capacidade que o combalido Hubble. A operação de toda a pesquisa gerada será feita por meio de uma parceria entre as agências espaciais americana e a europeia ISA.
O lançamento do James Webb, que recebe este nome em homenagem ao controverso administrador da Nasa entre 1961 e 1968, é descrito pela agência como "um momento Apollo" – em uma referência às missões Apollo de exploração lunar, que levaram o primeiro homem a pisar na Lua em 1969. Nas palavras da própria Nasa, o telescópio vai "alterar de forma fundamental o nosso entendimento sobre o universo".
Sua posição de trabalho será a 1,5 milhões de quilômetros da Terra, em uma região chamada de Lagrange Terra-Sol L2. Essa distância é necessária para deixa-lo frio e evitar que haja sobrecarga de radiação no equipamento. Aliás, a temperatura recomendada para o bom funcionamento do James Webb é de -223°C.
Assim, dentro de seis meses após o lançamento, quando estiver bem posicionado, o aparelho deve iniciar uma análise que se valerá do recurso dos seus sensores de enxergar a luz infravermelha. Com esse espectro da luz, que é um comprimento de onda mais longo que os outros, o instrumento vai conseguir olhar mais para trás no tempo – e enxergar as primeiras galáxias que se formaram no início do cosmos.
O objetivo é que o telescópio comece a trabalhar bem dentro de dois anos e tenha uma vida útil acima de 10 anos. E, assim como Hubble, que teve pouco contato com astronautas ao longo dos anos, James Webb também terá uma vida sozinha. A Nasa estima que visitá-lo para futuras manutenções não compensaria os custos da missão.