Ciência

Molécula esquisita em Lua de Saturno pode indicar vida extraterrestre

A Nasa pode ter encontrado indícios de vida extraterrestre em umas das luas de Saturno, a Titã

Titã: satélite é uma das Luas de Saturno (NASA/JPL/University of Arizona/Reprodução)

Titã: satélite é uma das Luas de Saturno (NASA/JPL/University of Arizona/Reprodução)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 30 de outubro de 2020 às 09h59.

Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 08h44.

Água na Lua, vida em Vênus, exoplaneta do tamanho da Terra... Engana-se quem pensou que as descobertas da astronomia paravam por aí. A Nasa pode ter encontrado indícios de vida extraterrestre em umas das luas de Saturno, a Titã. Os astronômos identificaram a molécula ciclopropenilideno (C3H2) na atmosfera do satélite, carbono raro tão reativo que só pode existir dentro de laboratórios na Terra e pode ser um dos componentes complexos para a formação de vida no local.

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Não. Ele ainda é mais raro do que isso. Para melhorar a situação, o C3H2 não havia sido detectado na atmosfera e nem no sistema solar antes de ser encontrado em uma das luas de Saturno. O único lugar no qual a molécula consegue se manter estável é no vazio congelado do espaço --- mas pode estar construindo um sistema complexo de moléculas orgânicas que podem um dia, gerar vida.

Essa molécula é definida pela nasa como uma "estranha muito esquisita" e não tende a durar muito tempo em condições atmosféricas, porque tem uma reação muito rápida e fácil com outras moléculas, formando, por fim, outros componentes. Quando isso acontece, ela não é mais a ciclopropenilideno.

A C3H2 não é conhecida por ser usada em nenhuma reação biológica moderna, mas é de suma importância pela sua capacidade de formar as bases nitrogenadas do DNA, uma complexa estrutura química que carrega o código genético da vida e o RNA.

(EXAME Research/Exame)

"Nós vemos a Titã como um laboratório da vida real onde conseguimos ver químicas parecidas com a da Terra antiga, quando a vida estava sendo estabelecida por aqui", afirmou Melissa Trainer, astrobiológa da Nasa. Trainer também é uma das cientistas chefe para a missão que pretende investigar a Lua em 2027. "Procuraremos por moléculas maiores do que a C3H2, mas precisamos saber o que está acontecendo na atmosfera para entender as reações químicas que originaram essas moléculas orgânicas complexas para a formação na superfície", explica.

Embora nada tenha sido confirmado, assim como o fosfato em Vênus, a molécula esquisita pode indicar a provável existência de vida em Titã --- ou em Saturno, se você for mais ambicioso.

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