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Herpes zoster: entenda por que devemos ficar atentos à doença

Segundo estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 99,5% (3) dos adultos com 40 anos ou mais já estão infectados com o vírus que causa o herpes zoster

Adultos acima de 50 anos de idade ou imunocomprometidos são os grupos mais atingidos pela doença que pode provocar fortes dores e comprometer a qualidade de vida.1-4 (FG Trade/Getty Images)

Adultos acima de 50 anos de idade ou imunocomprometidos são os grupos mais atingidos pela doença que pode provocar fortes dores e comprometer a qualidade de vida.1-4 (FG Trade/Getty Images)

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Publicado em 11 de novembro de 2022 às 13h10.

Última atualização em 14 de novembro de 2022 às 20h41.

O herpes zoster, também conhecido como “cobreiro” é causado pela reativação do vírus varicela zoster, o mesmo que causa a catapora.1,2 Em alguns casos, a reativação pode apresentar sintomas como irritação da pele, erupções cutâneas no corpo, febre, mal-estar e dores intensas, que costumam ser descritas como latejantes, cortantes ou penetrantes, por um período entre duas e quatro semanas.1,2,3

Num cenário menos favorável, complicações da doença podem causar graves prejuízos à pessoa durante meses ou anos. A lista de possíveis danos inclui desde o convívio com dores fortes por longos períodos até a perda permanente da visão por meio da manifestação oftálmica do herpes zoster.2,3,4 É importante conhecer a causa, os sintomas, os tratamentos e os públicos mais suscetíveis ao herpes zoster. E saber também que existe prevenção por meio da vacinação.1,3

Uma doença com diferentes manifestações

Segundo estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, 99,5% dos adultos com 40 anos ou mais já estão infectados com o vírus que causa o herpes zoster e um em cada três desenvolverá o herpes zoster em algum momento da vida.3

O risco aumenta com o envelhecimento, em virtude do processo de imunossenescência, uma queda natural nas respostas do sistema imunológico. A população idosa constitui, portanto, um dos principais alvos da doença. O risco também é maior em indivíduos com condições de saúde impedem uma resposta imunológica eficiente, como em tratamento de câncer, portadores do vírus HIV, pessoas que fizeram ou com transplante de medula óssea ou de órgãos sólidos e indivíduos que convivem com doenças autoimunes como lúpus e esclerose múltipla.1,6,7

Pesquisas recentes mostram que durante a pandemia houve um aumento de casos do herpes zoster. Um estudo feito pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) mostrou um aumento de 35,4% nas notificações da doença nos últimos dois anos, em comparação com o período anterior.8 Outro trabalho, realizado nos Estados Unidos, apontou um risco 15% maior entre pessoas que tiveram COVID-19 e de 21% naquelas que apresentaram quadros mais graves e foram hospitalizadas.9

Segundo o médico Omar Lupi (CRM - 544419-RJ), os motivos parecem estar relacionados com as alterações no sistema imunológico produzidas pela COVID-19 e pela chamada “Covid Longa”, que compromete as defesas do organismo durante meses. Em seu consultório, ele vem observando um aumento não apenas no número de casos, mas na gravidade da doença. “Está muito mais difícil de tratar”, ele afirma.

Impacto na qualidade de vida

Um sinal característico do herpes zoster são as pequenas bolhas que se formam em apenas um lado do corpo, podendo aparecer nas costas, no tórax, na barriga ou na face, acompanhando sempre o trajeto do nervo.1,3 Outro sintoma típico são as dores que por vezes foram descritas como excruciantes e pior do que a dor do parto.11 Junto a infecção do herpes zoster, parte dos pacientes desenvolvem complicações que prolongam muito o sofrimento.1,3

A mais comum é a chamada neuralgia pós-herpética (NPH), que faz a dor nas regiões afetadas persistir por mais de três meses.5,10

Foi o que aconteceu com a aposentada Thaïs Thedim, de 80 anos, do Rio de Janeiro. Ela desenvolveu o herpes zoster em maio do ano passado, mas demorou cerca de duas semanas para receber o diagnóstico correto. “No início, não notei as lesões, que apareceram nas costas”, ela conta. “Começou com uma dor forte na região que eu achei que fosse problema de coluna. Depois se estendeu para debaixo do braço e então para o peito”, ela conta. “Era uma dor insuportável. Passava as noites andando pela casa, chorando de tanta dor. Tomava remédios fortes para dor, mas não aliviavam.”

Após algumas semanas, os sinais na pele desapareceram, mas a dor não – foi quando ela recebeu o diagnóstico de neuralgia pós-herpética, que a acompanha até hoje. “Alterno períodos de dor intensa com outros em que ela diminui um pouco, mas ainda assim incomoda muito”, explica Thaïs. “A doença destruiu a minha qualidade de vida.”

Outras complicações incluem sequelas oculares agudas ou crônicas, que podem provocar até a perda da visão, em casos do herpes zoster oftálmico; superinfecção bacteriana das lesões; paralisias de nervos cranianos e periféricos; e envolvimento visceral, como meningoencefalite, pneumonite, hepatite e necrose retiniana aguda.3

Independentemente do quão saudável a pessoa se sinta, é imprevisível o momento em que o vírus irá se manifestar.3 Se você tem 50 anos ou mais ou está com a imunidade comprometida, pode estar em risco aumentado para o herpes zoster.³

Fale com o seu médico para saber mais sobre a prevenção e o tratamento da doença.

  • Referências: 

1 BRASIL. Ministério da Saúde. Herpes (Cobreiro). Disponível em: https://www.gov.br/saude/ptbr/assuntos/saude-de-a-a-z/h/herpes-cobreiro Acesso em: 08 Novembro 2022.
2 Johnson RW et al. Herpes zoster epidemiology, management, and disease and economic burden in Europe: a multidisciplinary perspective. Therapeutic Advances in Vaccines. 2015;3(4):109-120.
3 CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Prevention of herpes zoster: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR, 57 (RR-5): 1-30, 2008.
4 Dworkin RH, et al. Diagnosis and assessment of pain associated with herpes zoster and postherpeticneuralgia. J Pain 2008;9:S37–44.
5 KAWAI, K.; GEBREMESKEL, B. G.; ACOSTA, C. J. Systematic review of incidence and complications of herpes zoster: Towards a global perspective. BMJ Open, v. 4, n. 6, 2014.
6 McKay SL, Guo A, Pergam S, Dooling K. Herpes zoster risk in immunocompromised adults in the United States: a systematic review. Clin Infect Dis. 2020 October;71(7):e125-e134.
7 Chen SY, et al. Incidence of herpes zoster in patients with altered immune function. Infection 2014;42:325–34.
8 MAIA, Célia Márcia Fernandes et al. Increased number of Herpes Zoster cases in Brazil related to the COVID-19 pandemic. International Journal of Infectious Diseases, v. 104, p. 732-733, 2021.
9 OXFORD ACADEMIC. Open Forum Infectious Diseases. Increased Risk of Herpes Zoster in Adults ≥50 Years Old Diagnosed With COVID-19 in the United States. Disponível em: <https://academic.oup.com/ofid/article/9/5/ofac118/6545460>Acesso em 08 de novembro de 2022
10 Dworkin RH, et al. Diagnosis and assessment of pain associated with herpes zoster and postherpetic neuralgia. J Pain 2008;9:S37–44.
11 KATZ, J.; MELZACK, R. Pain control in the peroperative period, measurement of pain. Surg Clin North Am, v. 79, n. 2, p. 231-52, 1999.
Material dirigido ao público em geral. Por favor, consulte seu médico. NP-BR-AVX-JRNA-220003 – NOVEMBRO/2022

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