Vacina: entre 100 mil e 150 mil pessoas podem estar envolvidas nos estudos (Dado Ruvic/Reuters)
Reuters
Publicado em 22 de maio de 2020 às 15h32.
Última atualização em 22 de maio de 2020 às 15h39.
Os Estados Unidos planejam um mega esforço envolvendo mais de 100 mil voluntários e cerca de meia dúzia das mais promissoras candidatas a vacina contra o coronavírus para cumprir a meta de entregar uma imunização segura e efetiva para a doença até o final deste ano, disseram à Reuters cientistas que lideram o programa.
O projeto vai reduzir o tempo de desenvolvimento de uma vacina, que geralmente é de 10 anos, e testá-la em questão de meses, numa demonstração da urgência para conter uma pandemia que já infectou mais de 5 milhões de pessoas, matou mais de 335 mil e abalou economias em todo o mundo.
Para fazer isso, os principais fabricantes de vacina concordaram em compartilhar dados e emprestar a utilização de sua rede de testes clínicos a concorrentes caso sua própria candidata a vacina fracasse, disseram os cientistas.
Candidatas que demonstrarem segurança em estudos iniciais pequenos serão testadas em larga escala, de 20 mil a 30 mil indivíduos para cada vacina, a partir de julho.
Entre 100 mil e 150 mil pessoas podem estar envolvidas nos estudos, disse o doutor Larry Corey, especialista em vacina do Fred Hutchinson Cancer Center, em Seattle, que está ajudando a desenvolver os experimentos.
"Se você não enxergar um problema de segurança, você simplesmente vai adiante", disse o doutor Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), à Reuters.
O esforço para a vacina é parte de uma parceria público-privada chamada "Accelerating COVID-19 Therapeutic Interventions and Vaccines (ACTIV)" --Acelerando as intervenções terapéuticas e as vacinas para Covid-19-- anunciada no mês passado.