Brasil

Estudo inédito no Brasil vai avaliar efetividade da vacina da Pfizer

Pesquisa visa monitorar evolução da doença em Toledo (PR), cuja população acima dos 12 anos estará totalmente imunizada

 (Ahmad Gharabli/AFP/Getty Images)

(Ahmad Gharabli/AFP/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 6 de outubro de 2021 às 13h30.

Última atualização em 6 de outubro de 2021 às 13h34.

Um estudo observacional da efetividade da vacina da Pfizer contra a Covid-19 será realizada no município de Toledo (PR). A expectativa é que o trabalho seja iniciado em até quatro semanas. O objetivo é monitorar a evolução da doença em uma cidade com toda a população a partir dos 12 anos já imunizada.

Além da Pfizer, participam da pesquisa o Hospital Moinhos de Vento, a Universidade Federal do Paraná e a Secretaria de Saúde de Toledo.

A pesquisa será feita a partir do monitoramento de todos os casos de sintomas de síndrome gripal da população com 12 anos ou mais do município de Toledo. Aqueles que testarem positivo para o coronavírus serão acompanhados por cerca de um ano por meio de entrevistas telefônicas frequentes, nas quais serão avaliadas situações como agravamento da infecção, sintomas de covid longa ou outros efeitos colaterais da infecção, além das possíveis mortes. A análise dos dados ficará a cargo do Instituto de Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre.

  • Quer saber tudo sobre o desenvolvimento e eficácia de vacinas contra a covid-19? Assine a EXAME e fique por dentro.

A Universidade Federal do Paraná fará o sequenciamento genômico de amostras de todos os testes positivos para Covid-19 da população de Toledo durante o andamento do estudo. Esta ação visa entender quais variantes estão circulando na região e a resposta da vacinação frente a elas.

Já a Secretaria municipal de Saúde de Toledo ficará com a responsabilidade de aplicar as vacinas contra a Covid-19, fazer a vigilância e monitorar os casos de síndrome gripal da população. O estudo não vai impactar a campanha de vacinação, ou seja, a aplicação das vacinas seguirá os protocolos determinados pelo Ministério da Saúde.

Segundo a Secretaria municipal de Saúde de Toledo, cerca de 50% das vacinas de primeira dose aplicadas no município são da Pfizer. Ou seja, metade da população vacinada terá recebido as duas doses do imunizante desenvolvido em parceria com a farmacêutica Biontech.

Apesar de o estudo ser sobre a efetividade da vacina da Pfizer, pessoas que tenham recebido doses de imunizantes de outras fabricantes também serão acompanhadas, como idosos e profissionais de saúde, que foram priorizados pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI) e foram vacinados antes da chegada da vacina da Pfizer ao Brasil.

— O estudo possui técnicas de estatística de ajustamento pela faixa etária e por comorbidades também. É algo que os pesquisadores pensaram para controlar potenciais viéses para a análise, então teremos resultados confiáveis mesmo tendo disparidades de momentos de vacinação, como idosos que receberam um tipo de vacina e adolescentes que receberam outro tipo de vacina. Isto será controlado ao longo do estudo — garante Regis Goulart Rosa, médico intensivista do Hospital Moinhos de Vento e principal pesquisador do estudo.

Eficácia X Efetividade

O estudo irá avaliar a efetividade da vacina, algo que só é possível num cenário de vida real, com todas as adversidades. Nestes casos, a resposta à uma substância, no caso o imunizante, é observada num grupo heterogêneo de pessoas, com as mais diversas condições de saúde, idade, etc. Ou seja, a pesquisa vai dizer o quanto a vacina é efetiva e como foi a resposta imune dos voluntários recrutados numa perspectiva realista.

A iniciativa é diferente dos testes clínicos de eficácia. Estudos deste tipo são realizados num ambiente controlado e o que se busca é avaliar os efeitos da vacina contra a doença. A ComiRNAty vacina da Pfizer já se mostrou 95% eficaz contra a COVID-19 nestas pesquisas.

Acompanhe tudo sobre:ParanáPfizerVacinas

Mais de Brasil

Secretário de Turismo diz que 53% das atrações públicas do RS foram danificadas

Prefeito de Canoas diz que reconstrução de prédios públicos demanda mais de R$ 200 milhões

OPINIÃO: Nunca esqueceremos

Enchentes no RS: sobe para 155 o número de mortos; 94 pessoas seguem desaparecidas

Mais na Exame