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Estudo aponta para possibilidade de grandes depósitos de diamantes em outros planetas

Cientistas levantaram a hipótese de que pressões colossais transformaram hidrogênio e carbono em diamantes, fluindo milhares de quilômetros abaixo da superfície gasosa desses gigantes gelados

Urano e Netuno, gigantes de gelo onde os cientistas acreditam haver diamantes. (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 3 de setembro de 2022 às 18h25.

Alguns planetas podem formar grandes depósitos de diamantes, de acordo com um estudo publicado ontem (2) pela revista Science Advances, que usou plástico para recriar as condições de sua possível aparição em Urano e Netuno.

No estudo, os cientistas levantaram a hipótese de que pressões colossais transformaram hidrogênio e carbono em diamantes, fluindo milhares de quilômetros abaixo da superfície gasosa desses gigantes gelados.

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A pesquisa publicada na Science Advances sugere que a adição de oxigênio à mistura facilitaria essa formação. As camadas de diamante seriam de um tipo muito especial, explicou Dominik Kraus, físico do laboratório de pesquisa alemão HZDR e coautor do estudo.

Os diamantes se formariam a partir de um "líquido quente e denso", antes de afundar lentamente no núcleo rochoso dos planetas, 10.000 km abaixo da superfície, explicou à AFP. Se espalhariam então em camadas "de centenas de quilômetros ou mais", acrescentou.

Para explicá-lo, um grupo de cientistas do HZDR, da Universidade de Rostock na Alemanha e da Escola Politécnica tentaram recriar essas condições.

Para fazer isso, eles usaram um plástico simples como material que mistura carbono, oxigênio e hidrogênio, os ingredientes necessários. Eles então o submeteram a um poderoso laser do laboratório SLAC em Stanford, nos Estados Unidos.

"Flashes muito, muito breves de raios-X de incrível intensidade" permitiram a formação de nanodiamantes, que são muito pequenos para serem observados a olho nu, descreveu Kraus.

O oxigênio, "presente em grandes quantidades nesses planetas", facilitaria assim a formação de diamantes, explicou.

Os pesquisadores supõem que nessas áreas os diamantes podem ser muito maiores do que os da Terra, acrescenta um comunicado publicado com o estudo.

A descoberta abre caminho para uma nova maneira de produzir nanodiamantes, cada vez mais úteis em sondas médicas, cirurgias não invasivas ou na eletrônica quântica.

"A produção a laser pode oferecer um método mais limpo e controlável de produção de nanodiamantes", disse Benjamin Ofori-Okai, cientista do SLAC e coautor do estudo.

Quanto ao que realmente acontece em Netuno e Urano, os planetas mais distantes do sistema solar, será preciso esperar por futuras missões espaciais para descobrir mais.

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