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Como uma pessoa isolada em quarentena passou covid-19 para 71 pessoas

Segundo um artigo publicado no site do Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, provável de contaminação foi o elevador do prédio

 (Getty Images/Getty Images)

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Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 13 de julho de 2020 às 17h35.

Última atualização em 14 de julho de 2020 às 12h48.

Uma pessoa voltou à China após uma viagem para outro país. Sem sintoma algum do novo coronavírus, ela fez quarentena e distanciamento social dentro de casa, apenas para prevenir. Apesar disso, conseguiu infectar 71 pessoas.

Mas como isso aconteceu?

Segundo um artigo publicado na revista do Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, a provável fonte de contaminação foi o elevador do prédio no qual eles moravam. Um dos infectados foi o vizinho de baixo do assintomático. Eles não usaram o elevador ao mesmo tempo e também não tiveram contato próximo. Pouco tempo depois, a mãe dessa pessoa e o namorado dormiram na casa do segundo infectado. Depois disso, a mãe e o namorado foram para uma festa juntos e infectaram outras três pessoas.

Dessas três, uma teve um AVC e foi internada --- sem saber que tinha coronavírus. No hospital, compartilhou utensílios com outros pacientes e foi responsável pelo contágio de outras 28 pessoas. No fim das contas, 71 ficaram doentes --- o que mostra a alta capacidade da covid-19 de se espalhar e permanecer nas superfícies.

Em alguns prédios em São Paulo, o uso de máscaras se tornou obrigatório. Em 2 de julho, a Secretária de Saúde do Estado de São Paulo confirmou que condomínios residenciais e comerciais poderão ser multados se moradores ou funcionários não utilizarem máscaras de proteção. A multa só será aplicada em casos de denúncia.

Seria o caso de um superespalhador?

Essas pessoas de contágio mais alto têm nome e definição. São os superspreaders (“superespalhadores” na tradução livre). Por fatores genéticos não identificados, se tornam mais contagiosas do que as outras e dessa forma podem contaminar um número maior de indivíduos.

Para entender o conceito é bastante simples: basta pensar em uma carona hipotética, na qual o motorista está infectado, mas não sabe ou tem sintomas muito leves, e outras quatro pessoas estão no carro com ele. Em um passeio rápido, todos ficam doentes também.

Esse superspreader, então, vai à festa de um colega de trabalho e, entre uma cerveja e outra, contamina mais dez pessoas. Entre essas 14 contaminadas, alguma outra pode ter o mesmo alto poder de espalhamento da doença. Aí essa outra pessoa pega um metrô cheio em São Paulo e, sem máscara, consegue contaminar todo mundo que está no mesmo vagão.

De tal forma, todos ficam infectados em uma reação em cadeia. É como quando você derruba uma fileira de peça de dominós.

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