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Cirurgia de apendicite revela tumor com mini cérebro e pelos

O cisto foi encontrado dentro do ovário de uma paciente no Japão

Teratoma: ele continha pedaços de pelo, crânio e matéria cerebral desenvolvido (Masayuki Shintaku/Divulgação)

Marina Demartini

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 10h10.

São Paulo – Uma cirurgia de apendicite no Japão se mostrou muito mais interessante do que os médicos esperavam. Um tumor de 10 centímetros foi encontrado dentro do ovário da paciente. O que já era ruim conseguiu ficar ainda pior – e bizarro: um cérebro em miniatura estava crescendo dentro do quisto. As informações são do site New Scientist.

A descoberta foi feita quando os médicos decidiram retirar o tumor. Ao abri-lo, eles encontraram pedaços de pelos enrolados e uma estrutura cerebral de três centímetros de largura coberta por uma placa de osso craniano.

Após analisarem o tumor , os cientistas chegaram ao veredito de que ele se tratava de uma versão reduzida de um cerebelo. Essa região tem como uma de suas funções controlar o equilíbrio do corpo.

Apesar de estranho para o público em geral, esse tipo de tumor de ovário descoberto na paciente japonesa não é tão incomum para a ciência. Chamado de teratoma, ele é geralmente benigno e contém pelo, gordura, cartilagens, dentes e músculos. Cerca de um quinto dos tumores em ovários são desse tipo.

De acordo com Masayuki Shintaku, cientista que analisou o tumor, células cerebrais são comumente vistas dentro de teratomas. Contudo, ele aponta em entrevista para o New Scientist que é altamente incomum que essas células se desenvolvam em estruturas similares às de um cérebro. Shintaku adicionou que o mini cérebro se formou tão bem a ponto de impulsos elétricos serem transmitidos entre neurônios.

A medicina ainda não sabe explicar como esses tumores surgem. A teoria dos cientistas é que os teratomas são células de óvulos imaturos que continuam a se desenvolver mesmo sem a fertilização ocorrer.

Muitas mulheres que tiveram esse tipo de tumor tiveram confusão mental, pensamentos paranoicos e perda de memória. A paciente japonesa, no entanto, não apresentou nenhum sintoma. Ela, aliás, se recuperou bem após a retirada do teratoma, segundo o New Scientist.

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