Ciência

Cientistas reproduzem teia de aranha em laboratório

Cientistas se esforçam há muito tempo para copiar as propriedades únicas desses fios, que são um dos materiais mais resistentes da natureza

Teia de aranha: o material é um dos mais resistentes da natureza (LynnWhitt/Thinkstock)

Teia de aranha: o material é um dos mais resistentes da natureza (LynnWhitt/Thinkstock)

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AFP

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 11h01.

Flexível, leve e biodegradável, mas mais forte do que o aço: pesquisadores disseram na segunda-feira que conseguiram produzir com sucesso teia de aranha sintética, um dos materiais mais fortes da natureza.

Refinados através do longo processo de evolução, os fios de seda tecidos por aranhas são 30 vezes mais finos do que um cabelo humano e mais fortes do que Kevlar, uma fibra sintética utilizada na fabricação de coletes à prova de bala.

Os cientistas se esforçam há muito tempo para copiar as propriedades únicas desses fios, que são basicamente longas cadeias de moléculas de proteínas ligadas.

Ao tecer, a aranha secreta uma solução proteica através de um canal estreito, ao longo do qual a acidez muda e a pressão aumenta, fazendo com que as moléculas se liguem e formem cadeias.

Mas as aranhas são particularmente difíceis de se criar - produzem pequenas quantidades de seda e têm uma propensão para comer umas às outras.

Agora uma equipe de pesquisadores da Suécia disse que conseguiu copiar o feito das aranhas usando proteínas em bactérias E. coli e um "aparelho de fiação" que imita as mudanças de pH que as aranhas usam para fazer seda, segundo um estudo publicado na revista Nature Chemical Biology.

"Isso nos permitiu pela primeira vez tecer seda de aranha artificial sem usar produtos químicos agressivos", disse à AFP o coautor do estudo Jan Johansson, da Universidade Sueca de Ciências Agrárias, em Uppsala.

"As altas quantidades de proteínas produzidas em bactérias nos permitem tecer um quilômetro das fibras biomiméticas com apenas um litro de cultura de E. coli", acrescentou.

Os fios são biocompatíveis e podem ser úteis na medicina regenerativa, disse a equipe.

Eles podem ser usados, disse Johansson, para a reparação da medula espinhal ou em células-tronco em crescimento para reparar corações danificados.

A invenção também pode ser útil na indústria têxtil - para tornar ainda mais leve e mais forte a proteção do corpo, por exemplo.

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