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Campanha para criança autista busca tratamento inovador com células-tronco

Pais da pequena Joana, de 5 anos, buscam arrecadar fundos para tratamento experimental com células-tronco na Rússia

(Westend61/Getty Images)
GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 1 de abril de 2021 às 14h05.

Última atualização em 1 de abril de 2021 às 14h40.

Uma campanha online busca levantar fundos para que a pequena Joana, de 5 anos, possa realizar um tratamento médico pioneiro com células-tronco na Rússia. Joana nasceu com uma mutação no gene MEF2C, que causou epilepsia de difícil controle, autismo e paralisia cerebral, e o inovador tratamento russo pode ser a luz no fim do túnel que sua família procura há anos.

A mutação genética com a qual Joana nasceu fez com que ela tivesse um episódio de convulsão grave quando tinha apenas 2 anos, que durou cerca de 1 hora e provocou a paralisia cerebral. Ao longo dos anos, Jojo, como é chamada, evoluiu com medicamentos e terapias, mas a cura ainda não veio.

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O Samara Regional Medical Center Dinasty, centro de pesquisas em Samara, na Rússia, é referência na pesquisa e tratamento com células-tronco, e atualmente desenvolve pesquisa para tratar a paralisia cerebral com um método inovador, que inclui a injeção de 150 milhões de células-tronco por quilo de peso corporal — os tratamentos convencionais utilizam apenas 20 milhões.

A paralisia cerebral é um distúrbio de movimento e postura resultante de uma lesão do cérebro imaturo e é uma das principais causas de deficiência na infância. Células-tronco são usadas no tratamento da paralisia cerebral porque estimulam processos de regeneração, originam células do sistema nervoso e modulam a ação do sistema imune, diminuindo a inflamação. Muitos estudos nessa área já estão na fase clínica, e alguns ensaios clínicos controlados foram realizados nos últimos anos.

O tratamento russo, que começou a ser desenvolvido em setembro de 2019, é um desses casos, e chega à sua fase final, que pretende tratar 150 crianças com paralisia cerebral, com duas transufsões — uma em junho, outra em novembro. "Com base em muitos estudos experimentais, o sangue do cordão umbilical é sugerido como uma terapia potencial para a paralisia cerebral. Este protocolo foi desenvolvido com base nos resultados do protocolo previamente aprovado do Centro, que mostrou alta eficiência na reabilitação dos pacientes", diz a apresentação do tratamento.

Segundo o pai de Joana, Cassio Gusson, o tratamento russo é uma esperança para curar ou amenizar a paralisia e evitar as convulsões diárias: "Com esse tratamento, existe a possibilidade da Jojo voltar a andar, se comunicar e ganhar mais autonomia. O tratamento vai tentar reverter os danos cerebrais e pode ajudar também com as convulsões. Hoje ela toma quatro medicamentos para evitar convulsões, mas o problema persiste", contou o jornalista.

Em contato com os pesquisadores, Cassio conseguiu assegurar um lugar para sua filha, mas esbarra nos custos necessários para fazer duas viagens à Rússia, além dos custos com o tratamento em si. "Esse tratamento experimental pode mudar absolutamente tudo na vida dela. E, se ela puder mover um dedo a mais, já muda muita coisa. Cada centímetro conquistado faz uma diferença enorme na vida da Jojo. Estamos confiantes e felizes com todo o apoio que estamos recebendo", disse.

Cassio criou a campanha online a fim de arrecadar 250.000 reais, valor necessário para custear todo o tratamento. Até o momento, já foram doados cerca de 90.000. As doações podem ser feitas através do site oficial da campanha.

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