Análise mostra que vacina de Oxford com AstraZeneca faz o que promete
A pesquisa independente indica que a vacina contra a covid-19, apontada como uma das mais promissoras, está no caminho certo
Lucas Agrela
Publicado em 24 de outubro de 2020 às 16h31.
Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 10h15.
Uma nova análise indica que a vacina desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Oxford junto com a empresa farmacêutica AstraZeneca foi capaz de gerar uma resposta imunológica contra o novo coronavírus , causador da doença conhecida como covid-19. Ainda em fase de testes, a vacina é apontada por especialistas do mundo todo como uma das mais promissoras para combater a pandemia de SARS-CoV-2, que já tirou mais de 156 mil vidas no Brasil. Os primeiros dados sobre a sua eficácia e segurança em larga escala, com base em uma testagem que acontece nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Brasil, devem ser divulgados antes do final do ano. Mas uma análise independente de virologistas da Universidade de Bristol traz uma notícia positiva nesta semana. Quer entender a evolução da pandemia e o cenário de reabertura no país? Acesse a EXAME Research.
O pesquisador responsável pela análise David Matthews afirmou que a vacina está fazendo tudo que era esperado, o que é positivo para o combate ao coronavírus.“Este é um estudo importante, pois podemos confirmar que as instruções genéticas que sustentam a vacina, que está sendo desenvolvida o mais rápido possível com segurança, são seguidas corretamente quando entram em uma célula humana. Até agora, a tecnologia não foi capaz de fornecer respostas com tanta clareza, mas agora sabemos que a vacina está fazendo tudo o que esperávamos e isso é apenas uma boa notícia em nossa luta contra a doença", disse o pesquisador, em nota.
A vacina de Oxford com a AstraZeneca é baseada em uma versão modificada do adenovirus de chimpanzés, e visa evitar a replicação do vírus no organismo humano, de modo a evitar sintomas da covid-19 e reduzir o número de mortes causadas pela doença infecciosa.
O estudo ainda está em uma versão preliminar, chamada de preprint, mas é endossado por Sarah Gilbert, professora de vacinologia na Universidade de Oxford e uma das especialistas que lideram o desenvolvimento da vacina junto com a AstraZeneca.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, há cerca de 200 projetos de vacinas contra o novo coronavírus. No entanto, a entidade ainda não tem uma previsão de quando a pandemia irá acabar, especialmente agora que países da Europa passam por uma segunda onda de contágio.