Airbus desenvolverá contribuição alemã à missão espacial MERLIN
O projeto busca entender melhor o aquecimento global e ter uma compreensão mais detalhada dos mecanismos que influem no clima
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 10h53.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2017 às 10h57.
Paris - A Airbus anunciou nesta sexta-feira que o Centro Aeroespacial da Alemanha (DLR, sigla em alemão) lhe encarregou o desenvolvimento e a construção dos componentes da contribuição do país para a missão franco-alemã de observação da Terra MERLIN.
Esse projeto procura entender melhor o aquecimento global e ter uma compreensão mais detalhada dos mecanismos que influem no clima.
A Airbus, que como principal prestadora de serviços industrial do centro espacial francês (CNES) já é responsável "pelo sistema completo, da plataforma do satélite e da integração do instrumento", desenvolverá para a DLR "a carga útil e o segmento de terra".
O projeto MERLIN poderá monitorar a partir de 2021 os fluxos de metano na atmosfera terrestre de aproximadamente 500 quilômetros de altitude e, pela primeira vez, possibilitar a elaboração do primeiro mapa global da concentração desse gás, que é crítico para o efeito estufa.
A Airbus explicou que medir e cartografar de forma tão precisa a presença de metano na atmosfera terrestre é possível somente a partir do espaço, pois isto requer uma observação contínua e ampla da Terra.
Até agora, essa medição com satélites de observação da Terra foi efetuada exclusivamente com instrumentos "passivos", que utilizam a luz do Sol refletida pela superfície terrestre para determinar o conteúdo de gases traço (como o metano).
Estes últimos dependem da luz diurna e só oferecem medições ótimas com o céu aberto. MERLIN será a primeira missão a usar uma ferramenta "ativa", o LIDAR, que dispõe de sua própria fonte de luz a bordo e pode realizar seus controles durante a noite e através de nuvens pouco espessas.
Este instrumento, de acordo com o comunicado da Airbus, envia dois pulsos de laser curtos em duas longitudes de onda diferentes. Dado que uma é absorvida pelo metano e a outra não, a diferença da retrodispersão entre os dois sinais pode ser medida, o que determinaria a concentração de metano com uma precisão "sem precedentes".
A Airbus destacou em sua nota a urgência de se compreender melhor o ciclo global do metano para prever de maneira confiável as mudanças climáticas e iniciar medidas eficazes de proteção do clima.