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Abuso de comidas ultraprocessadas está ligado a risco maior de diabetes

Os alimentos são considerados ultraprocessados quando foram submetidos a um tratamento industrial e contêm muitos ingredientes, incluindo aditivos

Refrigerantes: em geral, alimentos ultraprocessados são mais ricos em sal, gordura saturada e açúcar, mas pobres em vitaminas e fibra (Pornchai Jaito/Getty Images)
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AFP

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 17h48.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 17h48.

O abuso de comidas ultraprocessadas está associado a um maior risco de diabetes, que se soma aos perigos já conhecidos de maior obesidade e de doenças cardiovasculares - revela um estudo divulgado nesta segunda-feira (16).

Embora o trabalho mostre um vínculo entre os alimentos ultraprocessados e essas doenças crônicas, não se comprovou nenhum vínculo causal nesta etapa, admitem os autores deste estudo francês publicado hoje no periódico americano JAMA Internal Medicine.

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"O acúmulo de dados levou vários países, como França e Brasil, a recomendar que se favoreçam os alimentos não processados, (...) e se limite o consumo de alimentos ultraprocessados, em nome do princípio de precaução", afirmou.

Os alimentos são considerados ultraprocessados quando foram submetidos a um tratamento industrial e contêm muitos ingredientes, incluindo aditivos.

Isso engloba, por exemplo, a maioria dos pratos congelados e refrigerantes. Em geral, são mais ricos em sal, gordura saturada e açúcar, mas pobres em vitaminas e fibra, segundo os pesquisadores.

O trabalho publicado nesta segunda se concentra no diabetes tipo 2 (quase 90% dos casos), frequentemente associado à obesidade e ao estilo de vida, ao contrário do diabetes tipo 1, que é uma doença autoimune.

O estudo toma elementos dos 104.000 participantes da vasta pesquisa francesa NutriNet-Santé, estabelecido em 2009 para estudar os vínculos entre nutrição e saúde.

"Quanto maior for a proporção de alimentos ultraprocessados na dieta, maior é o risco de diabetes tipo 2", afirma o texto.

"Estes resultados devem ser, porém, confirmados em outras populações e com outros métodos", ressaltam os autores.

Eles admitem, de qualquer modo, que não se pode afirmar com certeza que o maior risco de diabetes provém apenas destas comidas. Outros parâmetros, como a falta de exercício físico, podem estar relacionados.

Ainda assim, "as associações observadas (entre estes alimentos e o risco de diabetes) são fortes o suficiente para justificar outra investigação", avalia o professor Gunter Kuhnle, da Universidade de Reading (Inglaterra).

Uma parte anterior do estudo NutriNet-Santé, publicada em maio, mostrou que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado com um maior risco de doença cardiovascular.

Trabalhos espanhóis e americanos também encontraram um vínculo entre este tipo de comida e um maior risco de mortalidade.

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