20 coisas que a ciência já descobriu sobre os cometas
Vários cometas já foram temas de estudos e observações por parte dos pesquisadores. A seguir, reunimos algumas das descobertas na área.
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2014 às 14h08.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h47.
A Terra deve cruzar a órbita do cometa Halley nesta semana. Apesar de ser o mais conhecido, o Halley não é o único astro do tipo a ser alvo da curiosidade das pessoas e da ciência.Vários cometas já foram temas de estudos e observações por parte dos pesquisadores. A seguir, reunimos algumas das descobertas na área.
Os cometas são corpos rochosos cobertos de gelo que vagam pelo espaço deixando o rastro de uma cauda de gás. De acordo com informações fornecidas pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), esses astros teriam surgido há aproximadamente 4,6 bilhões de anos.
Por meio de um de seus instrumentos, a sonda Rosetta descobriu que a temperatura na superfície do cometa Churiumov-Guerasimenko é de cerca de setenta graus Celsius negativos. De acordo com a ESA, essa temperatura já pode ser considerada "quente demais" para um cometa.
A sonda Rosetta da ESA realizará em 2014 a primeira aterrissagem da história em um cometa. O evento está marcado para acontecer no próximo dia 12. Para os pesquisadores, os cometas são como "cápsulas do tempo" e podem conter importantes informações sobre a origem do Sistema Solar.
É tão difícil fazer uma nave pousar num cometa que a NASA desenvolveu um método interessante de obter amostras desses astros. Ele consiste num arpão, que é disparado a partir de uma nave e retira amostras dos cometas.
Na Grécia antiga, o filósofo Aristóteles chegou a registrar em seus escritos relatos referentes ao aparecimento de um cometa no céu por volta de 466 a.C. Para astrônomos da universidade americana Brigham Young, é bem provável que o cometa seja o Halley. Segundo os cientistas, o Halley ficou visível por 80 dias entre junho e agosto daquele ano e outros relatos da época também abordam a passagem do cometa.
Para cientistas da universidade americana de Dartmouth, um cometa (e não um asteroide) é a causa mais provável da extinção dos dinossauros da Terra. A tese se baseia nas concentrações de irídio e ósmio na cratera de Chicxulub, no México - onde o astro teria colidido com a Terra. Esses elementos químicos estão presentes em vários cometas e asteroides. Considerando as concentrações deles na região em questão e o tamanho da cratera mexicana, os pesquisadores acreditam que só um cometa (e não um asteroide) seria capaz de um estrago do tipo.
A previsão do tempo não é nada animadora para os planetas que orbitam em torno da estrela Eta Corvi. Os astros localizados nessa região do espaço estão sendo alvo de uma chuva de cometas. De acordo com pesquisadores da universidade americana Johns Hopkins, a provável razão do fenômeno é a alteração gravitacional nessa parte do universo.
É com pesar que informamos a morte do cometa Ison. O fato se deu 28 de dezembro do ano passado, após a passagem do astro pelo Sol. Ison tinha cinco quilômetros de diâmetro e existia há 4,5 bilhões de anos. Sua morte foi constatada por pesquisadores da agência espacial americana NASA.
"Planeta cometário" foi como os cientistas da universidade do Colorado definiram o planeta HD 209458b. Por estar muito perto da estrela em torno da qual orbita, esse planeta está vendo sua atmosfera evaporar. Em função disso, ele é um planeta com cauda - o que justifica a nomenclatura inusitada.
Há cerca de 1,5 mil anos, mudanças climáticas causaram problemas na agricultura e até fome na Europa medieval. Para cientistas da universidade escocesa de Cardiff, a razão dessas transformações foi um cometa. A colisão do astro com a Terra teria gerado uma nuvem de cinzas e fuligem que impediu que a luz solar chegasse a algumas áreas. Com isso, foram mais frios os verões entre 536 e 540. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão por meio da análise de troncos de árvores.
O cometa C/2014 A4 Sonear tem uma característica que o diferencia da maioria dos outros: ele foi o primeiro astro do tipo descoberto por brasileiros. A realização é obra de três astrônomos amadores de Minas Gerais. Confirmada pela União Astronômica Internacional, a descoberta aconteceu em 12 de janeiro de 2014. Dois meses depois, o mesmo grupo descobriu um segundo cometa - batizado de C/2014 E2 Jacques.
A glicina é um dos aminoácidos presentes no código genético dos seres vivos. Essa molécula foi encontrada em amostras do cometa Wild 2 coletadas pela sonda Stardust da NASA. Para os cientistas, essa coincidência confirma a tese de que alguns ingredientes básicos da vida na Terra se formaram no espaço e chegaram ao nosso planeta por meio de cometas e outros astros.
Desde sua descoberta em 2010, o cometa Elenin se tornou o centro de uma série de teorias sobre o fim do mundo. Na internet, rumores davam conta de que o astro tinha chances de colidir com a Terra. Porém, as especulações terminaram em outubro de 2011. Nessa ocasião, o Elenin foi destruído por conta de sua aproximação com o Sol. De acordo com a NASA, os restos do cometa não devem colidir com a Terra nos próximos 12 milênios.
Cerca de dois pequenos copos de água evaporam a cada segundo do cometa Churyumov-Gerasimenko. A descoberta foi feita pela sonda Rosetta da ESA. Segundo a ESA, a água é um dos principais componentes de cometas - assim como o monóxido de carbono, o metanol e o amoníaco.
Os cometas podem ser a origem de grande parte da água dos oceanos da Terra. Quem afirma é o Instituto Max-Planck, da Alemanha. Em artigo publicado na revista de ciência Nature, cientistas da entidade informam que identificaram semelhanças nas proporções de deutério de hidrogênio pesado presentes na água dos oceanos da Terra e na água presente no cometa 103P/Hartley 2. A aferição foi feita por meio de aparelhos infravermelhos.
Uma equipe da universidade de Joanesburgo encontrou restos de um cometa na região do deserto do Saara, no Egito. Ele entrou na atmosfera há 28 milhões de anos e explodiu. Com a explosão, houve uma chuva de fogo que aqueceu em 2 mil graus Celsius a areia do deserto, transformando em sílica uma área de 6 mil quilômetros quadrados.
Eventualmente, o núcleo de um cometa pode se fragmentar - fazendo com que o astro deixe pedaços seus para trás. O fenômeno foi registrado por uma estudante durante um curso de verão promovido pela universidade de Glamorgan, no País de Gales. O cometa em questão era o 213P Van Ness, que se dividiu no momento em que a jovem fazia fotografias do espaço.
Luzes em raios X emitidas pelo buraco negro Sagitário A* intrigavam os cientistas da NASA até 2012. Naquele ano, uma pesquisa da agência espacial americana apontou que uma nuvem de cometas e asteroides estava por trás do fenômeno. De acordo com a NASA, a vaporização desses astros quando atraídos pelo buraco negro combinada ao atrito ao passar por uma camada de gás quente é a razão das misteriosas luzes.
Durante análise do sistema Oph-IRS 48, astrônomos do observatório chileno ALMA descobriram uma formação que funciona como uma "fábrica de cometas". Nela, uma estrela circundada por um anel de gás atua como uma armadilha de poeira. Essa armadilha faz com que os grãos de poeira maiores fiquem presos e cresçam até que alcançassem o tamanho de um cometa.
Um cemitério de cometas foi achado por cientistas da universidade de Antioquia, na Colômbia. Localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter, o local reúne mais de um milhão de astros desse tipo. De acordo com os pesquisadores, a concentração de cometas nessa região do espaço é antiga. Porém, eles foram se tornando inativos com o tempo.