1º caso de covid pode ter surgido na China em outubro de 2019, diz estudo
O primeiro caso oficial de Covid-19 da China surgiu em dezembro de 2019 e foi vinculado ao mercado de frutos do mar de Huanan, em Wuhan
Reuters
Publicado em 25 de junho de 2021 às 11h03.
Última atualização em 25 de junho de 2021 às 11h09.
O vírus que causa a covid-19 pode ter começado a se espalhar na China já em outubro de 2019, dois meses antes de o primeiro caso oficial da doença ser identificado na cidade chinesa de Wuhan, mostrou um novo estudo nesta sexta-feira.
Pesquisadores da Universidade de Kent, no Reino Unido, usaram métodos da ciência da conservação para estimar que o Sars-CoV-2 apareceu pela primeira vez entre o início de outubro e meados de novembro de 2019, de acordo com um artigo publicado no jornal científico PLOS Pathogens.
A data mais provável para o surgimento do vírus é 17 de novembro de 2019, e ele provavelmente já havia se espalhado globalmente em janeiro de 2020, estimaram.
O primeiro caso oficial de covid-19 da China surgiu em dezembro de 2019 e foi vinculado ao mercado de frutos do mar de Huanan, em Wuhan.
No entanto, alguns dos primeiros casos não tinham conexão conhecida com Huanan, o que implica que o Sars-CoV-2 já estava circulando antes de chegar ao mercado.
Um estudo conjunto publicado pela China e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no final de março reconheceu que podem ter ocorrido infecções esporádicas em humanos antes do surto de Wuhan.
Em um artigo publicado nesta semana, o pesquisador Jesse Bloom, do Fred Hutchinson Cancer Research Center, em Seattle, nos Estados Unidos, recuperou dados de sequenciamento genômico dos primeiros casos de Covid-19 na China que haviam sido deletados de uma base de dados.
Os dados mostraram que as amostras retiradas do mercado de Huanan "não eram representativas" do Sars-CoV-2 como um todo e eram uma variante de uma sequência progenitora que circulava anteriormente, que se espalhou para outras partes da China.
O Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos confirmou à Reuters que as amostras usadas no estudo foram submetidas ao Sequence Read Archive (SRA) em março de 2020 e posteriormente excluídas a pedido de pesquisadores chineses, que disseram que seriam atualizadas e enviadas a outra base de dados.
Críticos afirmam que a exclusão é mais uma evidência de que a China estava tentando encobrir as origens da covid-19.
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