Estudantes (Shironosov/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2017 às 14h01.
Última atualização em 17 de outubro de 2017 às 14h35.
Em recente concurso público, a banca examinadora IBFC trouxe a seguinte questão:
No trecho "Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate, uma coleção de piadas fornecerá excelente pista:", a preposição em destaque ocorre em função de uma exigência de regência. Dentre as frases abaixo, assinale aquela em que se verifica um ERRO no emprego do termo regido em destaque.
No estudo gramatical, Regência é a relação de dependência entre os termos de uma oração, havendo, pois, o termo regente e o termo regido. Envolve uma relação sintática da qual a preposição pode existir ou não. O estudo regencial é de extrema importância a quem pretende obedecer ao padrão da língua portuguesa.
O verbo chamar, por exemplo, apresenta duas possibilidades:
"O juiz chamou o advogado ao tribunal."(transitivo direto, com o sentido de convocar)
"Chamo o/ao réu (de) insensível." (transitivo direto ou transitivo indireto, com o predicativo, com o sentido de denominar)
Com duas possíveis regências, é o verbo implicar:
"Ciro implica com o novo candidato."(transitivo indireto, com o sentido de aborrecer)
"A nova lei implica novas multas." (transitivo direto, com o sentido de incluir, determinar)
Sendo assim, vê-se na letra B, da citada questão de concurso acima, uma construção rejeitada com o uso da preposição "em".
Vejamos agora o verbo esquecer:
"Esqueci (-me de) seu número telefônico." (transitivo direto ou transitivo indireto pronominal, com o sentido de não lembrar)
"Esqueceu-me seu número telefônico."(transitivo indireto, com o sentido de cair no esquecimento)
Vale observar que a construção "Esqueci de seu número telefônico" - sem o pronome, com a preposição apenas - não é aceita no padrão.
Sobre o verbo visar, existem as seguintes regências:
"O frentista visou o pedido." (transitivo direto, com o sentido de dar visto)
"Visamos a placa na estrada."(transitivo direto, com o sentido de mirar)
"Viso a um futuro de ares mais calmos." (transitivo indireto, com o sentido de almejar)
Por fim, o verbo perdoar e sua regência:
"Perdoar-lhe a dívida." (transitivo direto e indireto, com o sentido de absolver, desculpar)
Usando palavras de Celso Luft, "perdoar algo a alguém é a construção primária, com objeto direto de coisa e indireto de pessoa."
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Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa - CPJUR
Autor Gramatical pela Editora Saraiva