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Na guerra por talentos, uma das estratégias da Totvs é apostar nos profissionais acima de 50 anos

A empresa de tecnologia aposta em uma nova ação de diversidade para combater o etarismo dentro e fora da empresa

Vivian Broge, vice-presidente de Relações Humanas e Marketing da Totvs: “Num país que está vivendo uma guerra de talentos, precisamos considerar caminhos para se tornar uma empresa atrativa para a população 50+” (Totvs/Divulgação)

Vivian Broge, vice-presidente de Relações Humanas e Marketing da Totvs: “Num país que está vivendo uma guerra de talentos, precisamos considerar caminhos para se tornar uma empresa atrativa para a população 50+” (Totvs/Divulgação)

Publicado em 12 de setembro de 2024 às 15h11.

Última atualização em 12 de setembro de 2024 às 16h47.

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“Até 2040, 6 em cada 10 trabalhadores terão mais de 45 anos no Brasil”, afirma Vivian Broge, vice-presidente de Relações Humanas e Marketing da empresa de tecnologia Totvs.

Ao identificar essa tendência no mercado, a companhia de tecnologia decidiu apostar em uma nova medida para funcionários com 50 anos ou mais, o grupo chamado “Maturidade na Totvs”. A iniciativa foi criada em agosto deste ano com o objetivo de que os próprios funcionários pensem em medidas de combate ao etarismo, dentro e fora da empresa.

“A ideia do grupo é entender os desafios das nossas próprias pessoas acima de 50 anos e com elas pensar em ações que possam conscientizar e até eliminar o etarismo no mercado”, afirma Broge.

Uma das pautas levantadas no grupo foi a menopausa; tema que, segundo a executiva de RH, ainda é muito ignorado no mercado de trabalho. “Começamos a pensar sobre como esse período impacta na qualidade de vida das mulheres e no seu desempenho profissional.”

Essa é só uma das pautas que estão sendo estudadas pelo grupo, assim como o recrutamento e a qualificação dos profissionais 50+, principalmente quando o assunto é tecnologia.

“Uma das ideias legais que a companhia adotou do novo grupo é um treinando para que o RH possa atrair talentos mais experientes. Queremos fazer recrutamentos mais inclusivos para essa população, quebrando vieses muitas vezes inconscientes.”

A falta de qualificação na maioria das vezes não é um problema de profissionais brasileiros com mais de 50 anos. Segundo Broge, eles costumam ter um alto nível educacional. A executiva cita números de uma pesquisa realizada pela EY e Maturi Jobs com alguns profissionais 50+ que destaca:

  • 76% possuem formação superior.
  • 36% têm graduação completa.
  • 34% têm pós-graduação ou MBA.
  • 6% possuem mestrado ou doutorado.

“As empresas precisam olhar para esse público com atenção, já que eles têm capacidade produtiva e continuam se desenvolvendo, sendo uma peça-chave para o futuro das organizações”, afirma a VP de RH da Totvs.

A aposta em grupos de diversidade

O grupo “Maturidade na Totvs” faz parte de um movimento que a companhia começou em 2021, em que grupos de afinidades foram criados para proporcionar espaços seguros de troca de experiências, como “Elas na Totvs”, voltado para gênero, “Pertencimento na Totvs”, grupo étnico-racial, “Inclusão na Totvs”, para pessoas com deficiência, e o “Cores na Totvs”, para pessoas LGBTQIA+.

A necessidade de apostar em um grupo voltado para profissionais 50+ chegou neste ano após análise do mercado brasileiro, afirma Broge.

“Precisamos olhar os dados do Brasil. Até 2070, cerca de 40% da população brasileira será composta por pessoas de 50+. Além disso, 17 milhões de famílias dependem economicamente de pessoas com mais de 60 anos. Ou seja, eles ainda seguem sendo o arrimo de família”, diz a executiva com base em dados do IBGE.

A guerra por talentos 

Enquanto o índice de longevidade do brasileiro cresce, o de natalidade diminui. O gap e todos os dados apresentados confirmam como será o futuro do trabalho, afirma Broge.

“Num país que está vivendo uma guerra de talentos, precisamos considerar caminhos para se tornar uma empresa atrativa para a população 50+. Isso impactará a nossa forma em ser produtivo no futuro e por isso precisamos apostar em medidas a partir de agora”, diz.

A executiva da Totvs reforça que há muitos casos em que pessoas após 50 anos acabam indo para ocupações que são de consultor autônomo ou até mesmo empreendem, mas não necessariamente esse era o desejo delas.

“O desejo de muitos profissionais 50+ muitas vezes é de ter uma posição em uma empresa, e por isso precisamos pensar em como elas podem se recolocar no mercado de trabalho”, diz Broge. “Hoje temos quatro gerações trabalhando em uma empresa, e há muitos valores envolvidos nesta troca”.

O apoio fundamental da liderança

Medidas contra o etarismo não pode ser algo apenas criado pela empresa, diz Broge, mas também um desafio que precisa ser abraçado por todo o time, principalmente pela liderança.

“Todos nós, se tivermos o privilégio de envelhecer, iremos um dia fazer parte do grupo 50+, por isso, a pauta do envelhecimento deve ser de interesse de todos”, afirma.

Atualmente, a Totvs tem a sua sede em São Paulo e conta com mais de 10 mil funcionários em todo o Brasil. Desse total, 9% possuem 50 anos ou mais.

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