Sala de Coaching
Comodismo é fim de carreira na certa Procuro me manter sempre bem informado, atualizado e fazer meu trabalho da melhor maneira possível. Mas confesso que é difícil abandonar a comodidade de uma grande empresa e partir em busca de novas oportunidades no mercado. Não vejo sentido em correr riscos sem necessidade. Por outro lado, fico […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h35.
Comodismo é fim de carreira na certa Procuro me manter sempre bem informado, atualizado e fazer meu trabalho da melhor maneira possível. Mas confesso que é difícil abandonar a comodidade de uma grande empresa e partir em busca de novas oportunidades no mercado. Não vejo sentido em correr riscos sem necessidade. Por outro lado, fico em dúvida se essa postura é saudável para minha carreira. O que você acha?
Ao contrário do que você afirma, a competitividade acirrada em que vivemos hoje não faz de nenhuma empresa um local seguro para ancorar a carreira. E não se iluda: o porte e a imagem de uma companhia tampouco são indicadores de que a saúde dos negócios vai bem. A estratégia da empresa é o que realmente faz diferença no fim das contas.
De acordo com esse raciocínio, a estabilidade e o conforto que você diz sentir na grande e sólida empresa em que trabalha são, a meu ver, um simples problema de lucidez profissional. Com isso, não estou querendo dizer a você para jogar tudo para o alto e procurar trabalho em outro lugar. Essa decisão é só sua. Exige muita reflexão e passa obrigatoriamente por duas questões cruciais: quanto quero valer nos próximos três anos? Quanto a empresa na qual trabalho contribui, na prática, nesse sentido? Lembre-se de que diferentemente das organizações, que vivem em constante processo de mudança, sua biografia é algo intransferível -- e deve ser construída aos poucos, dia a dia.
Vamos supor que haja um revés qualquer em sua empresa e ela resolva dispensá-lo. Já pensou se seu histórico não tiver lá tanto valor? Não vai adiantar nada se achar injustiçado, lamentar a falta de sorte ou coisa que o valha. O fato é que você provavelmente vacilou. Certamente não conseguiu enxergar sua carreira como um patrimônio, como algo a ser cultivado. Além disso, não teve sensibilidade e coragem de se dar conta do que estava acontecendo e se posicionar a respeito.
Não esqueça que as empresas sempre têm um plano de crescimento e uma forte estratégia. E a sua, qual é?
Trabalho numa empresa de serviços e sou contratado como engenheiro júnior. Porém, há dois anos acumulo os cargos de gerente administrativo, operacional e regional. Apesar de tanta responsabilidade, recebo apenas 1,6 mil reais por mês. O que devo fazer: negociar um aumento ou buscar outro emprego?
Nem uma coisa nem outra. Você provavelmente está sofrendo de uma doença muito comum na juventude: a ansiedade. Relaxe. Meu conselho é que você comece a encarar o emprego não como mera questão de retorno de caixa, mas como uma excelente chance de aprendizado. Concentre-se no trabalho -- e esqueça um pouco o dinheiro. Esse é o jeito mais fácil e rápido de agregar conhecimento e, por tabela, garantir sua empregabilidade. Só depois de consolidar suas competências, você estará em condições de negociar um aumento, uma promoção, ou seja lá o que for, com seu chefe. E já que o xis da questão está no seu amadurecimento profissional, mudar de empresa agora não adiantará nada.
Pedro Mandelli
Consultor em desenvolvimento da organização e professor associado da
FGV/SP,FDC e IMT coaching@abril.com.br
Comodismo é fim de carreira na certa Procuro me manter sempre bem informado, atualizado e fazer meu trabalho da melhor maneira possível. Mas confesso que é difícil abandonar a comodidade de uma grande empresa e partir em busca de novas oportunidades no mercado. Não vejo sentido em correr riscos sem necessidade. Por outro lado, fico em dúvida se essa postura é saudável para minha carreira. O que você acha?
Ao contrário do que você afirma, a competitividade acirrada em que vivemos hoje não faz de nenhuma empresa um local seguro para ancorar a carreira. E não se iluda: o porte e a imagem de uma companhia tampouco são indicadores de que a saúde dos negócios vai bem. A estratégia da empresa é o que realmente faz diferença no fim das contas.
De acordo com esse raciocínio, a estabilidade e o conforto que você diz sentir na grande e sólida empresa em que trabalha são, a meu ver, um simples problema de lucidez profissional. Com isso, não estou querendo dizer a você para jogar tudo para o alto e procurar trabalho em outro lugar. Essa decisão é só sua. Exige muita reflexão e passa obrigatoriamente por duas questões cruciais: quanto quero valer nos próximos três anos? Quanto a empresa na qual trabalho contribui, na prática, nesse sentido? Lembre-se de que diferentemente das organizações, que vivem em constante processo de mudança, sua biografia é algo intransferível -- e deve ser construída aos poucos, dia a dia.
Vamos supor que haja um revés qualquer em sua empresa e ela resolva dispensá-lo. Já pensou se seu histórico não tiver lá tanto valor? Não vai adiantar nada se achar injustiçado, lamentar a falta de sorte ou coisa que o valha. O fato é que você provavelmente vacilou. Certamente não conseguiu enxergar sua carreira como um patrimônio, como algo a ser cultivado. Além disso, não teve sensibilidade e coragem de se dar conta do que estava acontecendo e se posicionar a respeito.
Não esqueça que as empresas sempre têm um plano de crescimento e uma forte estratégia. E a sua, qual é?
Trabalho numa empresa de serviços e sou contratado como engenheiro júnior. Porém, há dois anos acumulo os cargos de gerente administrativo, operacional e regional. Apesar de tanta responsabilidade, recebo apenas 1,6 mil reais por mês. O que devo fazer: negociar um aumento ou buscar outro emprego?
Nem uma coisa nem outra. Você provavelmente está sofrendo de uma doença muito comum na juventude: a ansiedade. Relaxe. Meu conselho é que você comece a encarar o emprego não como mera questão de retorno de caixa, mas como uma excelente chance de aprendizado. Concentre-se no trabalho -- e esqueça um pouco o dinheiro. Esse é o jeito mais fácil e rápido de agregar conhecimento e, por tabela, garantir sua empregabilidade. Só depois de consolidar suas competências, você estará em condições de negociar um aumento, uma promoção, ou seja lá o que for, com seu chefe. E já que o xis da questão está no seu amadurecimento profissional, mudar de empresa agora não adiantará nada.
Pedro Mandelli
Consultor em desenvolvimento da organização e professor associado da
FGV/SP,FDC e IMT coaching@abril.com.br