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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h32.
Em plena era em que os custos são controlados com rigor, oferecer um plano de remuneração e benefícios atraente para os funcionários é um desafio importante para as corporações. A primeira lição é não separar as políticas de Recursos Humanos do sucesso do negócio, diz Robert Moreen, responsável por serviços integrados da Mercer, consultoria internacional em RH. "O dilema da General Motors, por exemplo, não se resume a seus custos com planos de saúde, mas o próprio ritmo de expansão do negócio automotivo", afirma o especialista.
Uma das armadilhas é comprar briga com os empregados por cortes em benefícios que, na ponta do lápis, reduzem muito pouco os custos reais. Ou, inversamente, colocar dinheiro demais em um benefício que não estimula os funcionários como seria de se esperar. Moreen desenvolveu um sistema batizado de Total Rewards (remuneração total) que emprega ferramentas específicas para evitar falta de foco. A idéia é simples: equilibrar as perspectivas de empregadores, empregados e dos custos.
O Total Rewards utiliza, por exemplo, uma escala que contrapõe um índice de custo real para a empresa com outro que capta a percepção de valor pelo empregado. Ao avaliar os gastos com fundos próprios de pensão, o levantamento demonstrou que para um índice de custo 3, a percepção de valor era 15. Já no caso das compensações baseadas em desempenho competitivo, para um custo de 70, a percepção de valor dos empregados era 41.
Uma das formas tradicionais para definir o nível de gastos com remuneração, benefícios e gestão de carreiras é o benchmark externo. Simplesmente se verifica quanto o mercado paga para definir um valor que atraia e preserve os talentos desejados, evitando a migração para as empresas concorrentes. Por incrível que pareça, poucas são as corporações que, depois dessa sondagem prévia, tomam o cuidado de certificar-se de que têm condições de bancar esses custos ao longo do tempo. "É incrível como as empresas não conhecem seus custos de RH e não têm consciência de que eles são dinâmicos", diz Marcelo Ferrari, consultor da Mercer no Brasil.