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O vendedor que sabe se vender

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h33.

"Sei que este e-mail pode parecer autopromoção, e obviamente é, mas também deve e pode servir de exemplo para milhares de vendedores do Brasil que nunca imaginaram poder chegar a um cargo diretivo, muito menos de uma multinacional européia." A frase acima consta de um e-mail que o leitor Maurício Giamellaro encaminhou "aos amigos editores" de EXAME, pedindo para ser tema de uma reportagem. Sua justificativa: aos 32 anos, neste mês ele deixa o cargo de diretor de vendas da Kibon no Brasil para, a partir de dezembro, assumir o cargo de gerente-geral da filial inglesa da Galbani, a maior fabricante e exportadora de queijos da Itália. Como se pode perceber, a ousadia na autopromoção de Giamellaro deu resultado: sua história convenceu os editores de EXAME.

Formado em economia, Giamellaro começou a trabalhar em 1995 como vendedor da Van Den Bergh, divisão de alimentos da Unilever. Foi promovido um ano depois a gerente de área. No final de 1999, trocou a Unilever pela Quaker, onde assumiu a diretoria de vendas. Dois anos depois, voltou à Unilever, dessa vez no cargo de diretor de vendas. "Ele é obsessivo por resultados", diz Marco Dalposo, diretor de RH da Parmalat, que trabalhou com Giamellaro na Unilever. O resultado mais expressivo, que ele exibe com orgulho: nos 18 meses após seu retorno à Kibon, a empresa aumentou dos 53% de participação no mercado de picolés para 60%. A Nestlé caiu de 27% para 18% no período, segundo dados da consultoria ACNielsen.

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A chance de ir para a Inglaterra veio de surpresa. Contatado por um headhunter em agosto, Giamellaro só ficou sabendo que a vaga era internacional na primeira conversa cara a cara, quando foi informado de que a próxima etapa do processo de seleção seria uma viagem relâmpago à Inglaterra. Ele embarcou numa sexta-feira à noite, para comparecer ao meio-dia de sábado a uma entrevista marcada no hall de um hotel no sofisticado bairro londrino de Chelsea. No mesmo dia, retornou ao Brasil -- ainda sem saber o nome da empresa que oferecia a vaga. Giamellaro foi dispensado da última fase, uma conversa com o CEO da companhia. Foi então que ele descobriu que o CEO, o italiano Maurizio Manca, já o conhecia bem -- tinha sido seu chefe direto na Unilever, quando ocupou o cargo de diretor da Kibon para a América Latina, entre 2000 e 2002. Manca deixou a Unilever para assumir as operações mundiais da Galbani. E, pouco depois, indicou o nome de Giamellaro ao headhunter.

Segundo Manca, Giamellaro deve encabeçar um processo de transformação para ajudar a desenvolver os negócios da Galbani no exterior, que hoje representam cerca de 20% do faturamento anual de 1,2 bilhão de euros. "De personalidade naturalmente insatisfeita, Giamellaro alia rigor intelectual a uma energia contagiante. É disso que precisamos", diz Manca.

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