(Getty Images/VOCÊ S/A)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2022 às 11h00.
Última atualização em 8 de setembro de 2022 às 11h46.
Nos últimos anos, o capitalismo tradicional — que visava o lucro a qualquer custo — deu espaço para um novo modelo de negócios que tem sido o norteador das maiores empresas do mundo: o capitalismo de stakeholder (em que as companhias buscam gerar valor para todas as partes da sociedade).
Esse é o motivo pelo qual empresas como a Natura, por exemplo, doam milhões de dólares para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica, ou, como o Itaú e o Bradesco, tocam projetos milionários de proteção à Amazônia e consomem apenas fontes renováveis de energia.
Todos esses negócios têm como mantra o ESG, sigla que abrevia as palavras ambiental, social e governança corporativa, em inglês.
Na prática, a gestão destas empresas não está apenas focada em gerar lucro, mas também em diminuir os impactos causados ao meio ambiente, melhorar os indicadores de sustentabilidade, evitar corrupção interna e erradicar má conduta (como racismo, assédio moral e assédio sexual), por exemplo. Todas essas ações aumentam a percepção de valor da empresa aos olhos dos clientes, funcionários e, principalmente, investidores.
E para colocar em prática essa tendência bilionária de negócio, empresas como Ambev, Itaú, Natura, Boticário e muitas outras têm buscado um profissional específico sem exigir dele educação formal na área. Esse profissional, capaz de estruturar, organizar e implementar estratégias ESG dentro das empresas e fazê-las lucrarem de forma sustentável, é chamado de: Especialista ESG.
Em 2019, na Business Roundtable (um grupo que reúne presidentes de megaempresas de todo mundo) 181 CEOs assinaram uma Declaração de Propósito, se comprometendo a liderar as suas empresas priorizando o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social. Entre os signatários, encontramos nomes como: Tim Cook (Apple), Jamie Dimon (JP Morgan) e Larry Fink (BlackRock).
Depois de assinar a declaração, Larry Fink, CEO da BlackRock, a maior gestora de investimentos do mundo, com US$7,8 trilhões sob gestão, divulgou duas cartas a seus clientes declarando que a sustentabilidade seria critério fundamental para a empresa decidir onde alocaria o seu capital.
Foi então que se iniciou uma verdadeira revolução no mercado que fez com que investidores, prestadores de serviços e clientes passassem a priorizar empresas que, declaradamente, se comprometessem com os critérios ESG e, mais do que isso, colocassem eles em prática de verdade.
Não é à toa que segundo a pesquisa “A evolução do ESG no Brasil”, da Rede Brasil do Pacto Global e da Stilingue, 78% da geração dos millennials e 84% da geração Z declaram optar por investir em empresas e produtos ESG. As empresas entenderam que investir em ESG não é mais opcional e que negligenciar esse aspecto as faz perder muito dinheiro.
Mas, afinal, o que faz um especialista em ESG, como aproveitar essa oportunidade e quais são os pré-requisitos para a vaga? Confira:
Com a demanda brutal do mercado, os salários e a busca por profissionais que atuam nessa área estão em alta. Afinal, como são poucas as pessoas preparadas e disponíveis no mercado hoje, as empresas encontram dificuldades para preencher as vagas e quem está empregado vê sua remuneração ir às alturas.
Em relação às atividades de rotina do cargo, um recente levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps) afirmou que as principais tarefas envolviam:
Quando falamos de oportunidade, as empresas que mais investem em ESG tendem a proporcionar as melhores oportunidades de carreira. No Brasil, empresas como Natura, Unilever, Ypê, Boticário, Petrobras, Nestlé, Banco do Brasil e P&G são algumas das opções. No entanto, é possível encontrar oportunidades em multinacionais, instituições financeiras internacionais e órgãos governamentais também.
Por ser uma área relativamente nova, é uma boa opção para aqueles profissionais que buscam fazer uma transição de carreira e desejam realizar uma função que traga boa remuneração e senso de propósito.
Já em relação às qualificações para concorrer às vagas, ter formação na área ou experiência prévia não é obrigatório. "A experiência anterior de trabalho em ESG, embora útil, não é de forma alguma um pré-requisito neste estágio inicial da carreira", comenta Claude Schwab do HF Observer.
No entanto, um estudo que investigou as contratações na área ESG revelou que ter ESG mencionado em pelo menos um lugar em seu currículo era uma vantagem importante. Segundo o estudo, um bom número de pessoas tinha certificações ESG ou eram afiliados a organizações ESG.
Como uma oportunidade de ajudar você a dar os primeiros passos na carreira ESG, reforçando o compromisso com a democratização da informação de maneira acessível, a EXAME irá promover, gratuitamente, uma série de encontros sobre ESG com a Renata Faber, especialista no assunto que já acumula anos de experiência no setor.
Transmitido de maneira virtual, o treinamento será composto de quatro encontros, que acontecerão entre os dias 12 e 20 de setembro. Ao final das aulas, todos os participantes receberão um certificado de participação para incluir no currículo.
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Dentre os temas abordados ao longo da série, estão a definição aprofundada do que é ESG, reflexões sobre como o tema impacta o mercado e a economia e, claro, os caminhos para construir uma carreira promissora na área “Vou mostrar como é possível conquistar um trabalho com propósito real aliado a salários mais altos e mostrar o mapa para construir uma carreira em ESG”, promete Renata.