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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h34.
Esqueça China ou Índia. Hoje, o principal motor de crescimento econômico são as mulheres. Em reportagem publicada nesta semana, a revista britânica The Economist diz que a força de trabalho feminina tem uma série de vantagens competitivas sobre os homens. "Pesquisas mostram que elas tiram as melhores notas nas escolas, e na maior parte dos países ricos, elas têm ido em maior número para as universidades", diz a revista.
Tudo indica que as mulheres estarão mais bem preparadas para os novos postos de trabalho do Século 21, "que exigirão mais cérebro do que músculos", segundo a revista. Na verdade, o fenômeno já começou. Nas últimas duas décadas, as mulheres contribuíram mais para o crescimento do PIB mundial do que as novas tecnologias. Elas também têm sido mais importantes para a economia do planeta do que a China ou a Índia.
O público feminino tem sido beneficiado por mudanças na estrutura econômica. Durante anos, os países cresceram à base de fábricas, que muitas vezes exigiam força bruta. Com a expansão do setor terciário (serviços), as mulheres ganharam vez. Elas ainda ganham menos, mas segundo a revista britânica, o fim do preconceito - ou pelo menos uma redução considerável - é apenas uma questão de tempo.
A presença das mulheres também vem causando mudanças nos padrões de consumo. Elas, que sempre opinaram sobre os gastos residenciais, agora têm sua própria renda. De acordo com a revista, pesquisas indicam que as mulheres são responsáveis por 80% das decisões de compra.
Nos cargos de alto escalão de grandes corporações, elas são minoria - cerca de 6% das vagas, em todo o mundo. O que é ruim para os negócios: um estudo realizado pela consultoria Catalyst mostrou que as companhias americanas com maior número de mulheres no topo têm um retorno maior. A razão está no fato de que equipes mistas rendem melhor. As mulheres, por exemplo, geralmente são boas em comunicação e liderança.
"Os homens vão se sentir ainda piores", diz a The Economist, "mas pesquisas indicam também que as mulheres sabem investir melhor". Segundo um estudo da Merril Lynch, os homens geralmente têm um alto grau de autoconfiança - uma característica perigosa quando se trata do mundo dos investimentos.
Para a revista britânica, "não se trata de apenas de justiça social", mas também do que é melhor para o crescimento mundial. Apesar de o cenário estar mudando, o número de mulheres ainda é menor no mercado de trabalho (no Japão, apenas 57% trabalham fora), além de ganharem menos. Sua entrada no mercado poderia, por exemplo, ser uma solução ao fenômeno da falta de mão-de-obra em função do envelhecimento populacional. Os países emergentes também sofrem com a desigualdade entre os sexos. "A educação feminina é o melhor investimento que se pode fazer nesses países", diz a revista.