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Home office foi positivo, mas a maioria das empresas não planeja mantê-lo

O resultado é da Pesquisa Gestão de Pessoas na Crise Covid-19, realizada pela Cia de Talentos junto com a FIA e a Xtrategie

Home office: 9 a cada 10 empresas se preocupam com a segurança das informações sigilosas da organização (Tang Ming Tung/Getty Images)

Sofia Esteves

Publicado em 10 de agosto de 2020 às 15h00.

No combate ao contágio do novo coronavírus , empresas e profissionais tiveram que lidar com muitas mudanças no mundo do trabalho.

No entanto, tantas transformações repentinas exigiram velocidade, adaptabilidade e, principalmente, uma gestão de pessoas eficiente para minimizar os impactos que a pandemia gerou. Como as empresas que atuam no Brasil lidaram com esse cenário?

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Em busca de respostas, o Grupo Cia de Talentos, a FIA (Fundação Instituto de Administração) e a Xtrategie, realizaram a Pesquisa Gestão de Pessoas na Crise Covid-19.

O estudo contou com a participação de 139 empresas e abordou diferentes temas como: regulamentação, home office, saúde física e psicológica e responsabilidade social corporativa. Confira os principais resultados:

Mudanças na lei trabalhista

Para minimizar os impactos econômicos que as organizações sofreram diante à pandemia e assegurar a empregabilidade da população, o governo brasileiro anunciou medidas provisórias, chamadas MP’s.

As medidas flexibilizaram regras para a aplicação de redução de jornada e de salário, adiantamento de férias, utilização do banco de horas, entre outros direitos dos profissionais CLT.

De acordo com a pesquisa, 75% das organizações entrevistadas, em sua maioria de grande porte, já contavam com departamento jurídico e de RH capazes de interpretar as MP’s e aplicar as novas regras rapidamente.

Já 56% das empresas de pequeno e médio porte pesquisadas declararam que tiveram mudanças na jornada de trabalho.

No entanto, o estudo identificou que apenas 20% das organizações optaram pela suspensão total dos contratos de trabalho e 67% afirmaram ter a expectativa de manter seu quadro estável ao final da pandemia. Para isso, boa parte destas empresas (66%) aderiram ao movimento ‘Não Demita!’

Home Office

Com a imposição necessária do isolamento social, 41% dos funcionários que trabalhavam em posições elegíveis a trabalhar em home office (46%) foram migrados para o trabalho remoto.

A experiência foi positiva para 94% das empresas, que revelaram estarem surpresas pelos resultados do home office. Mesmo assim, 75% delas não pretendem manter esta prática após este período, ou a limitarão a até 25% do seu quadro.

Um dos motivos é que 9 a cada 10 empresas se preocupam com a segurança das informações sigilosas da organização.

Outro desafio exposto foi a falta de educação comportamental dos profissionais para lidarem com os compromissos profissionais sem uma gestão próxima.

Aqui cabe uma reflexão importante: será que isso é fato ou uma crença limitante, uma vez que os próprios dados da pesquisa mostraram que 94% das empresas identificaram a experiência de trabalho remoto como positiva?

Saúde Física e Psicológica

Mudanças repentinas na rotina, angústia e temor pelo rápido contágio do Covid-19, isolamento social, instabilidade econômica. Muitos foram os motivos para que a saúde física e mental dos colaboradores fosse afetada durante a pandemia.

Para auxiliar as pessoas neste cenário desafiador, 60% das empresas estruturaram ações de capacitação para seus funcionários trabalharem melhor em casa e 67% estão monitorando a saúde física e psicológica dos colaboradores de alguma maneira.

As medidas mais utilizadas são: atendimento direto pela equipe de RH (57%), cartilhas sobre o home office (51%), apoio psicológico de profissionais de saúde mental (40%) e monitoramento periódico ativo dos funcionários (34%).

Responsabilidade Social Corporativa

Para diminuir o impacto da pandemia nos negócios, as empresas optaram principalmente por cortar custos internos (62%). Já o RH optou em utilizar os bancos de horas e adiantar as férias dos colaboradores (62%).

Além dos cuidados com os colaboradores, 65% das empresas realizaram ações sociais ou apoiaram ações desenvolvidas por instituições do 3° setor neste período. Estas ações foram voltadas principalmente para as suas comunidades locais.

Muitas lições estão sendo aprendidas durante esse período e a rapidez de adaptação, colaboração, resiliência e empatia passaram a ser imprescindíveis.

Não existe outra forma de superar esse tsunami que estamos vivendo se não priorizarmos o cuidado com o maior ativo das empresas - as pessoas!

Aqui fica o meu conselho: ouçam seus profissionais que estão na operação do dia a dia, pois eles serão capazes de dar sugestões de melhoria de processos, novos produtos e até mesmo novas estruturas organizacionais para ganharem velocidade e superarem esse momento tão difícil do planeta.

Se você não tem cargo de liderança, não perca a oportunidade de dar ideias para melhorias e demonstrar que está disposto a contribuir ainda mais nessa nova realidade, pois tenho a certeza que a recompensa virá.

Boa reflexão e boa jornada!

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