Histórias da empresa ideal
Conheça casos de profissionais que souberam escolher aspirações que casavam com seus valores e que estão satisfeitos em suas respectivas empresas
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2014 às 18h16.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h01.
São Paulo - A escolha do lugar de trabalho passa pela análise de fatores menos palpáveis que salários e benefícios, como escrevemos na matéria “A empresa ideal para você…”, publicada na edição de outubro da Você S/A. A seguir, reunimos sete aspirações profissionais comuns. Conheça casos de profissionais que souberam escolher aspirações que casavam com seus valores e que estão satisfeitos em suas respectivas empresas.
SPC Brasil - Segundo análise da FIA (USP), de dados da última pesquisa das Melhores Empresas para Você Trabalhar, 49,3% dos funcionários do Serviço de Proteção ao Crédito foram promovidos no ano passado. Um deles foi Felipe Carvalho de Oliveira, 25, que em 1 ano e 9 meses de empresa teve grande mobilidade de funções. Contratado como analista júnior para ajudar a estruturar um escritório de processos, foi promovido em poucos meses a analista pleno e, recentemente, prestes a se formar em Engenharia de Produção, foi promovido a supervisor de planejamento estratégico e gestão. No cargo há quatro meses, coordena uma equipe de cinco pessoas. “Logo que entrei, tive certa liberdade em termos de criação e inovação para aplicar soluções que vi em outros lugares. A empresa começou a reconhecer meu trabalho e a me designar mais responsabilidades, que renderam promoções”, diz Felipe, que espera ser promovido novamente no ano que vem.
Tigre - Luciana Bramatti, 43, gerente nacional de vendas, trabalha há 25 anos na empresa. Quando ainda era estudante de comércio exterior, entrou na empresa como auxiliar de escritório e foi construindo carreira na área de exportação. Após 10 anos de empresa, recebeu uma proposta para trabalhar no mercado nacional. Está nessa área há 15 anos já. “O principal fundamento de ter ficado tanto tempo na mesma empresa foi o crescimento e aprendizado contínuos. A empresa correspondeu às minhas expectativas e me deu oportunidades e desafios que me mantiveram motivada”, diz Luciana.
Basf - O diretor de químicos para construção para América do Sul Marcelo Leonessa, 47, entrou na empresa na segunda turma do programa de trainee, em 1990. “De la pra cá, desenvolvi minha carreira em pelo menos oito áreas, dentre as quais produção, engenharia e informática. Apesar de ter 24 anos de empresa, não segui na mesma atividade, consegui ter dinamismo sem trocar de emprego”, diz Marcelo, que teve a chance de trabalhar em toda a América, e em vários países Europa, por se tratar de uma multinacional. “Já atingi boa parte do que queria como profissional, que era ter uma carreira internacional e conciliar qualidade de vida com ritmo de trabalho. Podemos abrir mão de algumas coisas, de outras não. Mas ainda quero ter responsabilidades maiores na companhia e dar mais um passo a frente”.
Embraco - Regis Marques, 45, diretor de P&D, acaba de voltar da China, onde ficou por quatro anos na área de vendas para Ásia da Embraco. Antes disso, já havia sido expatriado para a Eslováquia em 2004. Na época, o engenheiro mecânico ocupava um cargo de especialista e foi convidado para ser gerente de uma equipe de 80 pessoas. “Eu nunca tinha tido uma função de liderança, então foi um duplo desafio. Ser líder em um país com cultura diferente da nossa, com população de cerca de 6 milhões de habitantes e área equivalente à metade de Santa Catarina”, afirma. Para ele, foram cruciais a vontade de aprender coisas novas e a humildade de reconhecer que não sabia tudo. Além de saber falar inglês, claro. “Não é necessário ter o inglês perfeito, mas entender a parte técnica e ter vocabulário. O tempo verbal não precisa estar correto, mas com boa vontade, é possível se fazer entender, ás vezes de maneira melhor do que quem é fluente”. Acostumado com uma cultura forte de liderança aqui no Brasil, teve que ter habilidade para lidar com os eslovenos, funcionários mais acostumados ao questionamento. Ao chegar lá, ouviu um ‘não’ na primeira ordem que deu. Com o tempo, foi aprendendo a lidar. “Percebi que não ia chegar a lugar nenhum me impondo”. Na China, foi o oposto. Lá, são acostumados a dizer sim para o chefe para tudo, então Regis logo tentou criar uma relação de confiança para que os funcionários pudessem falar não quando fosse o caso. O resultado das experiências? “Criei uma tolerância muito maior para lidar com pessoas e culturas, e um respeito muito grande pela diversidade e por opiniões e estilos diferentes”, diz.
Pfizer - André Veloso, 43, gerente de produto da linha de cardiologia. Formado em comunicação social pela ESPM, entrou na Pfizer para iniciar a área de comunicação digital, com desenvolvimento de portais, campanha e redes sociais para médicos. “Já fiz um pouco de tudo, trabalhei no financeiro, entretenimento, agências de publicidade, e há 10 anos comecei a trabalhar no segmento farmacêutico”. Além da inovação, o que o atraiu na empresa foi a preocupação com a qualidade de vida dos funcionários. “Temos home office uma vez por semana e horário flexível, o que é ótimo para evitar o trânsito, chego umas 7 horas e consigo voltar para casa cedo e brincar com meu filho de quatro anos, ou vou correr no parque. O importante não é o horário, mas sim o resultado que a gente entrega”, afirma. No ano passado, o escritório da Pfizer foi todo redesenhado para acomodar os funcionários da melhor forma possível. Ninguém possui mesa fixa. “Tudo é digital, chego de manhã e pego um laptop em um armário, escolho uma mesa disponível e logo meu ramal no telefone”. Às sextas-feiras, os funcionários também são liberados às 15h. “As pessoas se programam para cumprir as responsabilidades e aproveitar esse benefício. É importante ter disciplina e orientação para resultado”, diz André. Para a semana da mobilidade, a empresa instalou um bicicletário, que ele pretende começar a usar em breve junto com o trem.
DOW - Leonardo Censoni,42, diretor comercial da Dow para o segmento automotivo começou a trabalhar na empresa, há 18 anos, quando a empresa em que trabalhada foi adquirida. “A Dow já tinha uma imagem muito positiva e eu sempre almejei trabalhar aqui, pois era uma empresa líder no segmento, global e que tinha uma estratégia de crescimento clara. Na época da fusão, me empenheei ao máximo para logo conhecer a cultura da empresar”, diz Leonardo. Formado em engenharia de materiais, adquiriu o conhecimento comercial já na empresa. Atualmente, faz um curso de finanças na FGV pago pela empresa. “Se tivesse de começar minha carreira de novo, trabalharia aqui. Não falaria isso se não me identificasse com a empresa”, diz. Começado hoje de novo, eu trabalharia aqui ainda. Para ele, saber lidar com problemas de maneira transparente com o cliente é o mais importante ao se trabalhar em uma empresa de referência. “A gente se sente incomodado quando as coisas não saem como deveriam ter saído. Temos processos de busca de eficiência e produtividade, mas erros acontecem. Quando isso acontece, é importante que o cliente seja tranquilizado.
Whirlpool - Ao longo dos 14 anos de carreira, Thiago Nori, 34, diretor de negócios da B.blend passou por diversas empresas. Formado em publicidade, pela ESPM, começou no mundo corporativo, até que aceitou uma oportunidade para trabalhar com estratégia de marca e negócios. Passou por grandes agências e quando voltou para as empresas, decidiu fazer uma extensão executiva em Wharton para aprender melhor sobre a parte estratégica de negócios. “Depois dei uma pausa na carreira e refleti sobre o que eu queria em uma empresa que poderia favorecer meu crescimento: pessoas inspiradoras, troca de ideias, desafios, oportunidades de realizar e uma cultura que tivesse a ver com meus valores, afinal a gente abdica boa parte da vida pelo trabalho. O balanço tem que ser positivo”, diz Thiago. Para ele, esses pilares são importantes numa empresa de referência. Mas é importante ter em mente: “Para trabalhar em uma marca respeitada e querida, o consumidor tem que estar em primeiro lugar. É preciso fazer boas entregas para ser uma boa marca”, afirma.
Bematech - Christian da Silva, 38, gerente de fábrica da Bematech, trabalhou junto a empresa, como fornecedor, durante 11 anos antes de ser contratado em 2011. Só aceitou entrar pelo desafio de ajudar a criar um sistema de produção interno e porque percebeu que a empresa não estava preocupada com resultados imediatos. A autonomia é aspecto importante para atrair os profissionais necessários, adequados a esse tipo de dinâmica. “A comunicação é fundamental, sem ela não há resultados; Partimos de uma produção de 110 máquinas por pessoa por mês para 310”, afirma.
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