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Do esporte para o cacau: a trajetória ousada do CEO da Dengo Chocolates

Entre as apostas, está um investimento inicial de R$ 60 milhões em uma nova fábrica

Tulio Landin, CEO da Dengo Chocolates: "Para ter impacto, a gente tem que ser grande” (Dengo /Divulgação)

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 11h42.

"Para ter impacto, a gente tem que ser e pensar grande”, afirma o paulista Tulio Landin, atual CEO da Dengo Chocolates. Foi com esse lema que o executivo direcionou a sua trajetória profissional e os resultados dos negócios que liderou.

Atualmente, o seu maior desafio como CEO de uma marca de chocolate brasileira é expandir uma empresa que busca crescer com sustentabilidade (tanto financeira quanto ambiental). Para 2025, faz parte do ambicioso plano de expansão o investimento de R$ 60 milhões em uma nova fábrica que será no interior de São Paulo, além de expansão de novas lojas da marca em todo o Brasil.

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"A Dengo é uma marca que tem propósito na raiz. A cada passo, estamos alinhados em como podemos crescer sem perder nossa essência”, afirma o CEO que compartilhou à EXAME um pouco dos seus desafios profissionais e os planos da companhia para 2025.

Do esporte para os negócios

Natural de Itu, no interior de São Paulo, Landin cresceu em uma família de classe média, com pais que valorizavam o trabalho duro e a educação. Apaixonado por esportes, chegou a sonhar com uma carreira profissional na área, tanto que se formou em Esporte pela Universidade de São Paulo (USP). O mercado limitado na época o levou a repensar seus objetivos.

"Em 2001, o mercado para quem queria trabalhar com esporte no Brasil era pequeno. Foi um choque de realidade", conta. Túlio deu os primeiros passos profissionais dando aulas e organizando eventos esportivos, mas logo percebeu que queria algo maior. Decidiu, então, migrar para a área financeira. Apostou na graduação de Contabilidade na USP, passando por empresas como PwC e JPMorgan.

Para alcançar novos patamares, Landin buscou um MBA na renomada Tuck School of Business, nos Estados Unidos. Essa experiência foi um divisor de águas em sua carreira. De volta ao Brasil, ele assumiu cargos de destaque em consultorias e empresas, como CFO da Track & Field, onde também liderou áreas de RH e logística e diretor de finanças na NBA.

Foi na Track & Field que Túlio se destacou como gestor. Em 2018, após experiência entre Brasil e Estados Unidos como diretor da NBA América Latina, ele assumiu o posto de CEO da Track & Field e liderou a empresa em um processo de transformação que culminou com um IPO, mesmo enfrentando os desafios impostos pela pandemia de COVID-19. "Tivemos que nos reinventar durante a pandemia. Foi um momento que exigiu muita resiliência e visão estratégica", afirma Landin.

A chegada à Dengo Chocolates

Em novembro de 2022, Túlio iniciou sua jornada na Dengo como um dos CEOs, ao lado de Estevam Sartoreli, cofundador da empresa. Desde então, a liderança de Landin tem sido marcada pela expansão estruturada da marca.

Em agosto de 2024, ele assumiu oficialmente como único CEO da Dengo. A transição marcou uma nova fase para a empresa, que reforça sua missão de crescer sem abrir mão da qualidade e do impacto social e ambiental. "Para ter impacto, a gente tem que ser grande, sem deixar de lado a qualidade da nossa entrega", afirma.

Com esse pensamento, Landin ajudou a criar um plano estratégico que inclui a meta de alcançar 250 lojas até 2030 e a construção de uma nova fábrica.

O plano ambicioso

Com um investimento inicial de 60 milhões de reais, a planta, que está prevista para ser inaugurada em maio de 2025, consolidará todas as operações logísticas e de produção em um só lugar.

“O investimento inicial de R$ 60 milhões será realizado em fases, podendo alcançar R$ 100 milhões até 2030, conforme o ritmo de expansão da empresa”, diz Landin. “Se a empresa crescer mais rápido, o investimento poderá ser maior”.

Com a nova fábrica, o CEO diz que a expectativa é de multiplicar a capacidade produtiva em até seis vezes. “Investimos em tecnologia de ponta, com equipamentos suíços, para garantir a qualidade dos nossos chocolates", afirma o CEO que reforça que investirá em ônibus fretado e restaurante local. "Estamos ouvindo os pedidos dos nossos funcionários para atender as necessidades de quem faz a Dengo crescer no Brasil".

A expectativa é de que a nova fábrica irá gerar empregos, com previsão inicial de 150 funcionários, podendo chegar a 200 com o crescimento das operações. Hoje, a companhia conta com 631 pessoas, sendo 80 na atual fábrica na zona Sul de São Paulo.

Esse investimento na nova fábrica permite com que a Dengo suporte o plano de expansão que chega também a novas lojas, para cumprir a meta da companhia de atingir 250 lojas até 2030.

"Quando cheguei, tínhamos menos de 30 lojas. Fizemos um plano estruturado de expansão e, neste ano, já alcançamos 52 unidades, sendo 11 franquias", afirma Landin. "A ideia é crescer de maneira sustentável, mantendo o alto padrão de qualidade e o impacto positivo na cadeia produtiva do cacau que é 100% brasileiro", afirma.

A expansão internacional também está no radar do executivo. Com duas lojas em Paris e planos de solidificar a presença na Europa Ocidental antes de explorar mercados como os Estados Unidos, Túlio acredita que a Dengo pode se tornar um modelo global de negócios sustentáveis.

Com esses investimentos, o CEO projeta que a Dengo terá um crescimento de 50% em faturamento em 2025, em comparação a este ano, sem deixar de lado o propósito da empresa que é de crescer de forma sustentável e com produtos 100% brasileiros. "Eu acredito que é possível ser grande e fazer as coisas certas. Esse é o DNA da Dengo e a essência do meu trabalho".

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