Contrariando Weintraub, ranking mostra melhora em universidades criticadas
Federais não tiveram piora no desempenho acadêmico nos últimos anos, como afirmou o chefe do MEC nesta terça-feira
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de abril de 2019 às 13h46.
Última atualização em 30 de abril de 2019 às 16h05.
Brasília — As três universidades que tiveram verba cortada pelo Ministério da Educação (MEC) por suposta "balbúrdia" melhoraram sua posição no principal ranking universitário internacional, o Times Higher Education (THE).
O resultado deste indicador contraria afirmação do ministro Abraham Weintraub de que elas tiveram piora no desempenho acadêmico nos últimos anos.
Em entrevista, Weintraub disse que a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) tiveram repasses reduzidos porque teriam permitido eventos políticos, manifestações partidárias ou festas inadequadas em suas instalações.
"A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo", disse. Ele deu exemplos do que considera bagunça: "Sem-terra dentro do câmpus, gente pelada dentro do câmpus".
O ranking da publicação britânica THE, um dos principais em avaliação do ensino superior, mostra que UnB e UFBA tiveram melhor avaliação na última edição.
Na classificação das melhores da América Latina, a UnB passou da 19ª posição, em 2017, para 16ª no ano seguinte. A UFBA passou da 71ª para 30ª posição. A UFF manteve o mesmo lugar, em 45º.
Segundo a publicação, as três universidades se destacam pela boa avaliação em ensino e pesquisa. Sendo que UnB e UFBA aparecem entre as 400 melhores instituições do mundo em cursos da área da saúde.
As três universidades também estão entre as 20 instituições do país com maior produção científica, segundo relatório produzido pela Clarivate Analytics, uma das mais prestigiadas equipes de análises de dados científicos do mundo, para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).