Carreira

Como trabalhar com um colega insuportável

Conflitos atrapalham a produtividade e preocupam gestores, afirmam especialistas. Aprenda a conviver melhor com os colegas de trabalho

EXAME.com (EXAME.com)

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Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 9 de agosto de 2012 às 16h35.

São Paulo – Ele (ou ela) é um tremendo chato, considerado antiético ou mantém atitudes inadequadas na empresa. O fato é que você odeia um colega no trabalho e tudo o que ele fala ou faz é motivo de irritação. Quando uma situação assim aparece, até o desempenho profissional pode ser afetado, diz a coach Eliana Dutra, diretora da Pro-Fit.

Márcia Oliveira, consultora em transição de carreira da Right Management, diz que funcionários mais passionais são os que mais têm a performance prejudicada ao odiar um colega de trabalho. “Quanto mais racional a pessoa for, menos ela será afetada”.

Conflitos na equipe e a consequente queda na produtividade são uma preocupação frequente dos gestores, diz a diretora da Pro-Fit. “Acontece muito mais do que eu gostaria”, diz Eliana.

Para Márcia, uma das razões que explicam esta frequência pode estar relacionada à heterogeneidade das equipes. “As pessoas são contratadas por conta de competências técnicas. Quando há muitas diferenças culturais e de formação, a convivência nem sempre é favorável”, diz.

Mas, quando clima pesa, gestores costumam optar por transferir funcionários para outros departamentos, ou até mesmo demiti-los, diz Eliana. Portanto, se você trabalha com alguém insuportável, siga as dicas das especialistas consultados por EXAME.com para não arriscar a sua imagem dentro da empresa:

1 Não leve para o lado pessoal

Separe o campo profissional do pessoal. Não tomar para si críticas e diferenças relacionadas ao trabalho é um grande passo para não cair em uma armadilha.

“É preciso entender que as desavenças são relacionadas ao trabalho”, diz Márcia. “O trabalho terá que ser feito independente do profissional gostar ou não do colega”.


2 Faça uma autoavaliação

Investigue o motivo que o leva a odiar o seu colega. O objetivo é descobrir em que medida o conflito é real e em que medida é uma questão de ponto de vista. “É preciso verificar a sua parcela de responsabilidade”, diz Eliana. Geralmente, ela explica, as pessoas não suportam quem é diferente.

A dica é descobrir em que ponto essa diferença pode contribuir para o seu trabalho. “Ninguém é completo”, diz Eliana. A atitude minuciosa de profissionais detalhistas, por exemplo, pode irritar os colegas mais difusos. Mas, os dois tipos de profissionais podem, nas suas diferenças, formar uma equipe mais completa, afirma a especialista.

3  Fuja de fofocas

Conversas de corredor não levam a lugar nenhum. “Falar mal dos outros é antiético e depõe contra quem o faz”, diz Márcia Oliveira. “Esse tipo de conduta só piora o conflito,” explica a consultora da Right Management.

4 Ensaie uma aproximação

Uma conversa franca pode impor limites ao colega. A estratégia é olhar para o futuro, diz Eliana. Em vez de reclamar de algo que o colega já fez, opte por pedir uma conduta diferente, a partir de agora. “Falar do passado é reclamar e só aumenta o conflito, falar do futuro aumenta as chances de o colega responder bem”, diz Eliana.

No entanto, se a má fé permeia os atos do colega de trabalho, a conversa pode não ter resultados, alerta Márcia. “Nesse caso, é melhor nem tentar”, recomenda.

5  Fale com chefe

Apenas depois de esgotadas todas as possibilidades acima. “O ideal é que as pessoas sejam adultas e não precisem levar este tipo de problema para o chefe”, diz Eliana Dutra.

Se a intervenção do chefe for necessária, principalmente no caso de envolver questões éticas, é preciso cautela. “O profissional deve avaliar os riscos”, diz Márcia. Apresentar a questão de forma adequada aumenta as chances de a queixa ser bem recebida.

A presença ou não de todos os envolvidos na reunião com o chefe é polêmica. Eliana Dutra recomenda que todos participem da conversa. “O próprio gestor deveria estabelecer isso como regra”. Márcia discorda. Na opinião dela, trata-se de exposição desnecessária. “Não vejo sentido em uma acareação”, diz.

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