Exame Logo

Clube do Bolinha é abolido com operadoras de câmbio

A nova vanguarda de mulheres na operação de câmbio está minando o clube do bolinha de Wall Street

Mulher de negócios: “estão chegando muitas mulheres seniores e um número ainda maior de juniores”, disse especialista (Thinkstock/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 21h16.

Peg Reed sabia que era chamada de “vaca” em seu setor quando atuava na operação de câmbio em Wall Street nos anos 1980.

Na mesma época, mesmo administrando mesas de câmbio em Nova York , Charlotte DeBenedictis ganhava menos que os homens que trabalhavam para ela.

Hoje, essas pioneiras dizem que mesmo que suas sucessoras estejam chegando aos escalões mais elevados do mundo da operação de câmbio, dominado pelos homens, ainda é preciso ser forte.

“Era preciso ter casca grossa para trabalhar em Wall Street”, disse Reed, que atuou como operadora de câmbio para o Bank of America, o Crédit Agricole, a AIG Trading e o Standard Chartered por duas décadas.

“Não era para gente de coração fraco e não se podia levar as coisas para o lado pessoal. Mas era um mundo muito emocionante e quando chegam a cargos de comando, as mulheres precisam mostrar sua força”.

Após os escândalos de trading que sacudiram o setor de câmbio nos últimos anos, a nova vanguarda de mulheres líderes inclui Claudia Jury, nomeada codiretora de câmbio e mercados emergentes do JPMorgan dois anos atrás; Catherine Flax, do BNP Paribas, e Camilla Sutton, do Bank of Nova Scotia, ambas promovidas no ano passado.

Elas estão minando o “clube dos bros” de Wall Street -- no jargão em inglês do século 21 de uma ação judicial por discriminação de gênero aberta em Nova York neste mês.

“Estão chegando muitas mulheres seniores e um número ainda maior de juniores”, disse Flax, do BNP, em resposta por e-mail a perguntas.

Com mais mulheres chegando ao nível gerencial, elas estão usando essa influência cada vez mais para atacar o desequilíbrio entre gêneros. Flax diz que o BNP Paribas promoveu mulheres à liderança dos mercados eletrônicos em Londres e Nova York. Jury, do JPMorgan, organiza painéis de discussões para recrutar mulheres estudantes e tem assento no comitê executivo da Rede de Mulheres de Bancos Corporativos e de Investimento.

“Quando eu olho para cima, vejo mulheres, mas são poucas e estão distantes entre si”, disse Sutton, chefe de câmbio global em Toronto do Scotiabank, o terceiro maior banco do Canadá. “Meus chefes e as pessoas que lideram as empresas normalmente são homens. Esperamos estar mudando isso”.

Mesmo que as mulheres representem uma força crescente dentro do setor de câmbio, a igualdade entre gêneros continua sendo um objetivo distante.

Em uma conferência realizada em novembro pela Finance Magnates para corretores de câmbio do varejo e empresas de tecnologia financeira, 18 por cento dos participantes eram mulheres, contra 14 por cento no ano anterior. Embora tenha participado de um dos painéis mais importantes do evento, Reed preferiu não ir à festa de encerramento na discoteca Cirque Le Soir, em Londres, que exibiu dançarinas com pasties (adesivos para tapar os mamilos) e cobras vivas.

Independentemente de geração ou gênero, há pouco espaço para a complacência no mercado de câmbio, de competitividade feroz. No caso de Sutton, do Scotiabank, isto significa que a garrafa de champanhe que seu marido comprou para comemorar sua promoção ficou na geladeira quase um ano por medo de dar azar para qualquer sucesso futuro.

“Ainda sinto como se houvesse muito a conquistar e não estarei satisfeita enquanto não conseguir”, disse ela. “É como se houvesse uma grande ladeira para subir diante de mim -- talvez eu nunca sinta que cheguei lá. Talvez seja isso que te faz ir ao trabalho todos os dias”.

Veja também

Peg Reed sabia que era chamada de “vaca” em seu setor quando atuava na operação de câmbio em Wall Street nos anos 1980.

Na mesma época, mesmo administrando mesas de câmbio em Nova York , Charlotte DeBenedictis ganhava menos que os homens que trabalhavam para ela.

Hoje, essas pioneiras dizem que mesmo que suas sucessoras estejam chegando aos escalões mais elevados do mundo da operação de câmbio, dominado pelos homens, ainda é preciso ser forte.

“Era preciso ter casca grossa para trabalhar em Wall Street”, disse Reed, que atuou como operadora de câmbio para o Bank of America, o Crédit Agricole, a AIG Trading e o Standard Chartered por duas décadas.

“Não era para gente de coração fraco e não se podia levar as coisas para o lado pessoal. Mas era um mundo muito emocionante e quando chegam a cargos de comando, as mulheres precisam mostrar sua força”.

Após os escândalos de trading que sacudiram o setor de câmbio nos últimos anos, a nova vanguarda de mulheres líderes inclui Claudia Jury, nomeada codiretora de câmbio e mercados emergentes do JPMorgan dois anos atrás; Catherine Flax, do BNP Paribas, e Camilla Sutton, do Bank of Nova Scotia, ambas promovidas no ano passado.

Elas estão minando o “clube dos bros” de Wall Street -- no jargão em inglês do século 21 de uma ação judicial por discriminação de gênero aberta em Nova York neste mês.

“Estão chegando muitas mulheres seniores e um número ainda maior de juniores”, disse Flax, do BNP, em resposta por e-mail a perguntas.

Com mais mulheres chegando ao nível gerencial, elas estão usando essa influência cada vez mais para atacar o desequilíbrio entre gêneros. Flax diz que o BNP Paribas promoveu mulheres à liderança dos mercados eletrônicos em Londres e Nova York. Jury, do JPMorgan, organiza painéis de discussões para recrutar mulheres estudantes e tem assento no comitê executivo da Rede de Mulheres de Bancos Corporativos e de Investimento.

“Quando eu olho para cima, vejo mulheres, mas são poucas e estão distantes entre si”, disse Sutton, chefe de câmbio global em Toronto do Scotiabank, o terceiro maior banco do Canadá. “Meus chefes e as pessoas que lideram as empresas normalmente são homens. Esperamos estar mudando isso”.

Mesmo que as mulheres representem uma força crescente dentro do setor de câmbio, a igualdade entre gêneros continua sendo um objetivo distante.

Em uma conferência realizada em novembro pela Finance Magnates para corretores de câmbio do varejo e empresas de tecnologia financeira, 18 por cento dos participantes eram mulheres, contra 14 por cento no ano anterior. Embora tenha participado de um dos painéis mais importantes do evento, Reed preferiu não ir à festa de encerramento na discoteca Cirque Le Soir, em Londres, que exibiu dançarinas com pasties (adesivos para tapar os mamilos) e cobras vivas.

Independentemente de geração ou gênero, há pouco espaço para a complacência no mercado de câmbio, de competitividade feroz. No caso de Sutton, do Scotiabank, isto significa que a garrafa de champanhe que seu marido comprou para comemorar sua promoção ficou na geladeira quase um ano por medo de dar azar para qualquer sucesso futuro.

“Ainda sinto como se houvesse muito a conquistar e não estarei satisfeita enquanto não conseguir”, disse ela. “É como se houvesse uma grande ladeira para subir diante de mim -- talvez eu nunca sinta que cheguei lá. Talvez seja isso que te faz ir ao trabalho todos os dias”.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioMercado financeiroMulhereswall-street

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Carreira

Mais na Exame