(Buda Mendes/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2022 às 14h51.
Última atualização em 9 de agosto de 2022 às 19h54.
Caro leitor, sem que haja a ideia de moda (à moda de, à maneira de), antes dos termos masculinos, a crase não aparece:
“A público nenhum o orador dirigiu-se.”
LEIA TAMBÉM:
É preciso, pois, ir adiante. Além de o termo “público” ser masculino, não há a intenção de determiná-lo. Caso houvesse, a sentença seria distinta (e com outro sentido também):
“Ao público o orador dirigiu-se.”
Em didática analogia, caso usássemos a palavra “plateia”, perceberíamos:
“À plateia o orador dirigiu-se.”
Muitos professores pedem essa relação entre o masculino e o feminino, para o devido tira-teima. Assim: se o masculino for precedido por “ao”, o feminino virá precedido com o acento grave. Em:
“Secretaria de atendimento ao idoso"
“Secretaria de atendimento à mulher escritora”
É útil essa comparação: em “movido a gasolina”, o acento não faria sentido. Quando trocamos “gasolina” por “álcool”:
“Veículo movido a álcool”
“Veículo movido a gasolina”
Diante disso, veja agora como se torna prazerosa a volta à primeira sentença deste texto. Lá, não é necessária a determinação: “Ao público nenhum o orador dirigiu-se.”
Por isso, se houvesse o uso da expressão plateia, o acento grave não estaria presente:
“A plateia nenhuma o orador dirigiu-se.”
Com a possível ausência do artigo antes de “orador”, a determinação seria mais coerente. O termo “nenhum”, nestes dois casos, passa a fazer referência a “orador”:
“Ao público nenhum orador dirigiu-se.”
“À plateia nenhum orador dirigiu-se.”
Um grande abraço, até a próxima e inscreva-se no meu canal!
DIOGO ARRAIS
YouTube: MesmaLíngua
Professor de Língua Portuguesa