6 profissionais de tecnologia mais procurados durante a pandemia
Levantamento exclusivo do Page Group mostra nova onda de contratações de seis profissionais da área de tecnologia
Luísa Granato
Publicado em 7 de abril de 2020 às 06h00.
Última atualização em 7 de abril de 2020 às 06h00.
As contratações na área de tecnologia da informação resistiram a diversos obstáculos da economia brasileira, se mantendo aquecidas devida a transformação digital dentro das empresas nos últimos três anos.
Com o novo coronavírus , a área teve uma nova onda de contratações impulsionada pela adaptação das empresas para o home office.
É o que foi observado em levantamento exclusivo do Page Group, empresa mundial de recrutamento especializado de executivos de todos os níveis hierárquicos. O grupo consultou empresas de todos os portes em 14 setores pelo Brasil e encontrou seis cargos em TI que tiveram um aumento em contratações.
“Com a pandemia, muitas empresas encerraram ou congelaram posições. Em tecnologia, principalmente em empresas de áreas como saúde e comércio eletrônico, vimos o crescimento das contratações em setores estratégicos como rede, infraestrutura e segurança digital”, comenta Luana Castro, gerente da área de TI da Michael Page e Page Personnel.
Segundo a gerente, a crise pegou as empresas em diferentes estágios de amadurecimento tecnológico. Algumas estavam mais adaptadas para a cultura de home office, com documentos na nuvem e profissionais preparados para resolver questões técnicas. Outras precisaram correr para contratar pessoas que solucionassem problemas de infraestrutura.
E as mudanças devem ter efeitos na cultura corporativa após a crise. “As empresas tiveram que tirar o projeto do home office e transformação digital da gaveta para sobreviver. A crise vai acelerar a introdução de tecnologia nas empresas, que vão continuar adotando políticas que tragam soluções por meio da tecnologia”, fala ela.
Para cargos de base em TI, como desenvolvedores e engenheiros de software, a especialista observa uma momentânea desaceleração nas contratações em empresas que não tem o setor de inovação diretamente ligado ao faturamento do negócio.
“Empresas que são plataformas digitais, como as ligadas ao comércio eletrônico e a mobilidade e logística, continuam contratando”, disse ela.
Confira os seis profissionais mais demandados no momento, segundo o Page Group:
Analista de Suporte e Service Desk
O que faz: Administra solicitações, problemas e mudanças, analisa chamados, realiza testes e identifica a solução de problemas. Instala e presta assistência aos sistemas operacionais e técnicos.
Salário: de R$ 4 mil a R$ 6 mil
Perfil: Conhecimento em tecnologia em geral, infraestrutura e redes. Atenção, comunicação e disponibilidade são competências comportamentais importantes para o cargo. O inglês avançado na maioria dos casos é um grande diferencial.
Motivo para alta: Diante do cenário atual, muitas empresas que ainda não possuíam política de home office, tiveram que migrar rapidamente para o modelo e não estavam preparadas para toda uma operação trabalhando de forma remota. Surge uma alta demanda de chamados, adaptação de bugs e atendimento aos usuários – que com a distância, acabam precisando de suporte muitas vezes durante o trabalho.
Analista de Cibersegurança
O que faz: profissional atua dentro do time de segurança cibernética e, apesar de ter diferentes enfoques dependendo do segmento da empresa, de forma genérica, é responsável pela análise de ataques, planejamento e execução de ações de contenção e recuperação de ambientes afetados.
Salário: de R$ 7 mil a R$ 11 mil
Perfil: profissionais que possuam conhecimento em soluções de segurança, sistemas operacionais, bancos de dados e redes.
Motivo para alta: o movimento de contratação desses profissionais já estava em alta diante da implantação da LGPD no Brasil em 2020. Com a chegada da pandemia e a mudança rápida para modelo de home office, as empresas que ainda não estavam preparadas no que se refere a processos de segurança da informação, sofrem com ataques e fraudes. As empresas aceleraram as buscas a fim de evitar eventuais fraudes e/ou perda de informações sigilosas.
Analista ou Especialista de Infraestrutura e Redes
O que faz: responsável por suportar e garantir o funcionando dos softwares, sistemas e toda a infraestrutura de redes de uma empresa, incluindo servidores e bancos de dados de projetos e/ou sistemas existentes na empresa.
Salário: de R$ 8 mil a R$ 12 mil
Perfil: importante que o profissional tenha experiência em operações com redes de dados e/ou afins, além de administração de infraestruturas em geral (ou específica de cada empresa). Experiência com implantação de projetos e certificações são diferenciais.
Motivo para alta: diante do cenário de Covid-19, centenas de empresas tiveram que migrar rapidamente para o home office e, assim, aumentou-se a necessidade de profissionais especializados em Infraestrutura e Redes com o intuito de suportar todos os acessos remotos com acesso à internet e sistemas remotamente. Além disso, segmentos que são considerados de missão crítica, como saúde, comércio eletrônico e mercado financeiro exigem mais atenção ainda à qualidade dos acessos para que nada saia do ar e atrapalhe as operações diárias.
Especialista em Cloud
O que faz: propõe soluções de arquitetura para infraestrutura de TI em nuvem, observando aspectos como conectividade, segurança, fluxo de dados e continuidade.
Salário: de R$ 14 mil a R$ 19 mil
Perfil: experiência e conhecimento em cloud computing, arquitetura híbrida para serviços e arquitetura de datalake e banco de dados distribuídos são os conhecimentos mais procurados.
Motivo para alta: As empresas tiveram que correr contra o tempo para se adaptarem a um novo formato de trabalho em home office, com isto, muitos projetos de transformação digital e migração de sistemas para cloud que já estavam sendo analisados, foram agilizados. Os especialistas em Cloud (geralmente com foco em AWS ou Azure) apoiam as companhias na sustentação saudável da operação remota e garante que todos os sistemas em cloud funcionem bem e não atrapalhem o dia a dia da operação.
Líder em Ciência de Dados
O que faz: profissional focado em ciência de dados e engenharia de dados com o objetivo de prover insights e informações para definição de estratégias de negócio para direcionamento das decisões das companhias.
Salário: de R$ 19 mil a R$ 29 mil
Perfil: formação acadêmica em exatas como Matemática, Estatística e Física são diferenciais, além de experiências com BI, Analytics e Engenharia de dados.
Motivo para alta: um dos perfis mais requisitados do mercado, independente do segmento, continua em alta. No novo cenário, os profissionais focados em trazer inteligência e estratégia para as companhias são ainda mais desejados, uma vez que podem ajudar as empresas a encontrar o melhor caminho de operação em um cenário de incerteza. Análise inteligente dos dados nunca foi tão importante e ajuda ainda mais as empresas a se direcionarem no cenário de pandemia e crise econômica.
Líder de Cibersegurança
O que faz: profissional responsável por liderar a área de segurança da informação e segurança cibernética, entendendo necessidades do negócio e implementando ações e políticas de segurança, assim como implantar ferramentas, estratégias e metodologias que envolvam a proteção de dados e informações da companhia.
Salário: de R$ 25 mil a R$ 35 mil
Perfil: os profissionais dessa área em geral possuem histórico de tecnologia e estudos e conhecimentos em políticas de governança, gestão de segurança da informação, riscos e auditoria.
Motivo para alta: profissionais já em alta desde meados de 2019, as empresas vinham agilizando as buscas por profissionais executivos com alto nível de conhecimento em segurança da informação e crimes cibernéticos. Com a pandemia, muitas empresas aproveitam o cenário para buscarem os melhores profissionais do mercado, evitarem crises de fraudes e vazamento de informações e já aproveitam para preparar a empresa para uma possível transformação digital e consequentemente desenho de novas políticas e processos de segurança.