6 dificuldades que só as mulheres têm ao fazer networking
Confira o que atrapalha e até impede muitas executivas de apostar no networking como estratégia para os negócios e para a carreira
Camila Pati
Publicado em 28 de abril de 2014 às 07h55.
São Paulo – A mulher brasileira é uma das que menos faz networking , segundo pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor).
Seja no mundo corporativo ou empreendedor, a maior participação feminina em eventos de networking ainda é um dos desafios para diminuir as barreiras profissionais entre os gêneros no mercado de trabalho.
EXAME.com perguntou a duas especialistas - que também são mulheres de sucesso na carreira - que listassem algumas razões por que as executivas deixam o networking de lado e não o usam como estratégia de negócios:
1É constrangedor ser minoria
Basta começar a ampliar a rede de contatos e frequentar eventos e happy hours para notar: elas são minoria, sempre.
“Outro dia, eu tive uma reunião e quando cheguei, percebi que eu era a única mulher no restaurante. Falei isso na mesa e os homens disseram que nem haviam notado”, conta Deb Xavier, fundadora do Jogo de Damas, plataforma em que um dos objetivos é fomentar o networking entre as mulheres.
“Mas se fosse um lugar com apenas mulheres, os homens também se sentiriam estranhos. Eles não notam porque não é no calcanhar deles”, diz Deb. Ela lembra também que o networking mais estratégico acaba acontecendo em níveis mais altos onde há percentual menor de mulheres.
“Faço parte de um grupo ligado à Fundação Getúlio Vargas, e o ambiente é de homens”, diz Helena Ribeiro, fundadora do Grupo Empreza.
Vencer o constrangimento de ser minoria não é fácil, mas pode ser extremamente benéfico, segundo ela. “Deu-me mais segurança para enfrentar outros ambientes”, diz Helena.
2As regras do jogo ainda são masculinas
Em entrevista a EXAME.com, a executiva Ana Paula Bógus, presidente da Kimberly Clark no Chile contou ter sido barrada ao pedir para participar de um grupo de networking de CEOs de empresas. O motivo? Nas reuniões, com direito a vinho e charuto, só entram homens.
“A regras do jogo são masculinas, os homens têm o mando de campo, a torcida é masculina, e as mulheres têm que praticar um esporte que não leva em conta as suas particularidades”, diz Deb Xavier.
“O principal obstáculo é a cultura que estabelece que existem coisas para menino e coisas para menina e que se estende até a vida adulta”, diz Helena Ribeiro.
De acordo com Deb, o primeiro passo é tomar consciência disso. “Ela precisa estar ciente disso para que consiga definir a melhor estratégia”, diz.
3Tempo
Executiva, mãe, mulher. São muitos os papéis exercidos e conciliar carreira, marido, filhos, pais, vida social e ainda ter um tempo para frequentar reuniões pós-expediente, happy hours e eventos é quase impossível. “E não queremos abrir mão de nenhum destes papéis”, diz Helena.
Afinal, mesmo com toda a ajuda do parceiro, o sentimento, diz Helena, continua sendo de que a responsabilidade com a casa e os filhos é da mulher. Promover a divisão de tarefas, em casa, sem culpa (mesmo) é talvez a maior dificuldade.
4Objetividade
“Eu entendo o networking como construção de relacionamentos e a mulher precisa conseguir trabalhar isso tendo foco em negócios”, diz a fundadora do Jogo de Damas.
Ela percebe, em algumas mulheres, falta de objetividade nesse ponto. Hábil em estabelecer laços de amizade, o risco é confundir contatos profissionais com amigos.
“A dificuldade de se apoiar nesta questão pessoal de ficar amiga e não conseguir direcionar pra o profissional depois”, diz Deb.
5Falta de modelo feminino
Faltam executivas em quem se inspirar na hora de fazer networking, de acordo com as duas especialistas.
Por isso, às vezes é preciso primeiro reunir as mulheres em ambientes que sejam dominados por elas para que a troca de experiências dê a segurança que falta para apostar em outros horizontes.
É o que a organização Lean In, lançada pela COO do Facebook Sheryl Sandberg se propõe a fazer. O Jogo de Damas, que já fazia isso aqui no Brasil antes mesmo da “Toda Poderosa do Facebook” encampar a ideia, é o único parceiro brasileiro da iniciativa.
6Medo de ser mal interpretada
É um receio frequente que impede muitas mulheres de tomar a iniciativa, dizem Helena e Deb. “Às vezes a mulher não consegue ser mais direta porque não quer ser interpretada como mandona, ou se não adota um estilo mais suave porque vai ouvir que não tem pulso firme”, diz Deb.
Outro ponto é como deixar clara a intenção puramente profissional e estabelecer limites para as relações de trabalho. “As mulheres têm receio de se expor de maneira que possa ser considerada inadequada”, diz Helena.
São Paulo – A mulher brasileira é uma das que menos faz networking , segundo pesquisa do GEM (Global Entrepreneurship Monitor).
Seja no mundo corporativo ou empreendedor, a maior participação feminina em eventos de networking ainda é um dos desafios para diminuir as barreiras profissionais entre os gêneros no mercado de trabalho.
EXAME.com perguntou a duas especialistas - que também são mulheres de sucesso na carreira - que listassem algumas razões por que as executivas deixam o networking de lado e não o usam como estratégia de negócios:
1É constrangedor ser minoria
Basta começar a ampliar a rede de contatos e frequentar eventos e happy hours para notar: elas são minoria, sempre.
“Outro dia, eu tive uma reunião e quando cheguei, percebi que eu era a única mulher no restaurante. Falei isso na mesa e os homens disseram que nem haviam notado”, conta Deb Xavier, fundadora do Jogo de Damas, plataforma em que um dos objetivos é fomentar o networking entre as mulheres.
“Mas se fosse um lugar com apenas mulheres, os homens também se sentiriam estranhos. Eles não notam porque não é no calcanhar deles”, diz Deb. Ela lembra também que o networking mais estratégico acaba acontecendo em níveis mais altos onde há percentual menor de mulheres.
“Faço parte de um grupo ligado à Fundação Getúlio Vargas, e o ambiente é de homens”, diz Helena Ribeiro, fundadora do Grupo Empreza.
Vencer o constrangimento de ser minoria não é fácil, mas pode ser extremamente benéfico, segundo ela. “Deu-me mais segurança para enfrentar outros ambientes”, diz Helena.
2As regras do jogo ainda são masculinas
Em entrevista a EXAME.com, a executiva Ana Paula Bógus, presidente da Kimberly Clark no Chile contou ter sido barrada ao pedir para participar de um grupo de networking de CEOs de empresas. O motivo? Nas reuniões, com direito a vinho e charuto, só entram homens.
“A regras do jogo são masculinas, os homens têm o mando de campo, a torcida é masculina, e as mulheres têm que praticar um esporte que não leva em conta as suas particularidades”, diz Deb Xavier.
“O principal obstáculo é a cultura que estabelece que existem coisas para menino e coisas para menina e que se estende até a vida adulta”, diz Helena Ribeiro.
De acordo com Deb, o primeiro passo é tomar consciência disso. “Ela precisa estar ciente disso para que consiga definir a melhor estratégia”, diz.
3Tempo
Executiva, mãe, mulher. São muitos os papéis exercidos e conciliar carreira, marido, filhos, pais, vida social e ainda ter um tempo para frequentar reuniões pós-expediente, happy hours e eventos é quase impossível. “E não queremos abrir mão de nenhum destes papéis”, diz Helena.
Afinal, mesmo com toda a ajuda do parceiro, o sentimento, diz Helena, continua sendo de que a responsabilidade com a casa e os filhos é da mulher. Promover a divisão de tarefas, em casa, sem culpa (mesmo) é talvez a maior dificuldade.
4Objetividade
“Eu entendo o networking como construção de relacionamentos e a mulher precisa conseguir trabalhar isso tendo foco em negócios”, diz a fundadora do Jogo de Damas.
Ela percebe, em algumas mulheres, falta de objetividade nesse ponto. Hábil em estabelecer laços de amizade, o risco é confundir contatos profissionais com amigos.
“A dificuldade de se apoiar nesta questão pessoal de ficar amiga e não conseguir direcionar pra o profissional depois”, diz Deb.
5Falta de modelo feminino
Faltam executivas em quem se inspirar na hora de fazer networking, de acordo com as duas especialistas.
Por isso, às vezes é preciso primeiro reunir as mulheres em ambientes que sejam dominados por elas para que a troca de experiências dê a segurança que falta para apostar em outros horizontes.
É o que a organização Lean In, lançada pela COO do Facebook Sheryl Sandberg se propõe a fazer. O Jogo de Damas, que já fazia isso aqui no Brasil antes mesmo da “Toda Poderosa do Facebook” encampar a ideia, é o único parceiro brasileiro da iniciativa.
6Medo de ser mal interpretada
É um receio frequente que impede muitas mulheres de tomar a iniciativa, dizem Helena e Deb. “Às vezes a mulher não consegue ser mais direta porque não quer ser interpretada como mandona, ou se não adota um estilo mais suave porque vai ouvir que não tem pulso firme”, diz Deb.
Outro ponto é como deixar clara a intenção puramente profissional e estabelecer limites para as relações de trabalho. “As mulheres têm receio de se expor de maneira que possa ser considerada inadequada”, diz Helena.