3o lugar/Belo Horizonte
A tradição e a vanguarda mineira
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h33.
Belo Horizonte é hoje o maior pólo brasileiro de biotecnologia. Estão instaladas na capital mineira mais de 60 empresas do setor, a maioria de pequeno porte. Elas formam um cluster (aglomeração de empresas que concorrem entre si mas também se ajudam mutuamente) cujo faturamento supera 200 milhões de dólares anuais. Há cerca de três anos, existiam 1 800 empregos nesse ramo. Depois que a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) lançou a idéia do cluster, a meta é criar 5 600 vagas. Técnicos em química industrial e em todas as funções ligadas à produção de kits para exames de laboratórios são os mais recrutados. Mas os grandes beneficiados dessa estrutura são os pesquisadores, que têm incentivo garantido para tirar suas idéias do papel por intermédio das incubadoras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Há quatro anos esse ambiente de efervescência científica influenciou a economista Helen de Aguiar e seu marido, Luiz Mário Queiroz Lima, engenheiro especialista em hidráulica com pós-doutorado em microbiologia, donos da LM Tratamento de Resíduos, a trocar Campinas, em São Paulo, por Belo Horizonte. Helen considera que, na área de biotecnologia, é melhor estar num pólo em crescimento do que em um já consolidado. "A comunidade científica local não quer repetir o erro de Campinas", diz Helen. Lá, ela explica, pensou-se apenas em crescimento industrial, deixando de lado a questão da infra-estrutura social. "Só se faz um pólo forte mantendo a discussão com outros segmentos", afirma. "Aqui estamos discutindo grade curricular com a UFMG e a questão do empreendedorismo com a incubadora da Fundação Biominas, por exemplo. Isso é importante porque gera oportunidades para todos os níveis do conhecimento."
Afora o boom da biotecnologia, a capital mineira e seu entorno continuam favoráveis para quem busca crescer nos setores mais tradicionais. Na Samarco, uma das maiores mineradoras do país, por exemplo, há boas chances para quem está começando -- a empresa contratou 17 trainees, com formação diversa, no ano passado. Graças à Fiat e a seus fornecedores, Belo Horizonte oferece ainda oportunidades de carreira interessantes na indústria metal-mecânica. Portas abertas para quem tem um currículo que inclui formação em mecatrônica, metalurgia, engenharia de minas e correlatos.