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TRENDS: Privacidade social é a chave para garantir liberdade aos usuários

Redes sociais precisam de usuários livres e engajados para existirem, mas sem esquecer da segurança

 (SOPA Images/Getty Images)

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Publicado em 8 de setembro de 2021 às 09h00.

Última atualização em 10 de setembro de 2021 às 11h39.

Por Alexandre Loures e Flávio Castro*

Não é de hoje que se debate sobre o fato de as redes sociais terem se tornado ambientes cada vez mais tóxicos. Ainda mais no Brasil, segundo país que mais utiliza redes sociais diariamente, de acordo com um estudo da ComScore.

O ambiente digital, principalmente as mídias sociais, se tornou o local perfeito para propagação rápida de informações, notícias e novidades do mundo em tempo real e, ao mesmo tempo, se tornou um dos principais disseminadores de fake news e linchamentos virtuais, afetando a vida e a saúde mental dos usuários.

O Twitter, por exemplo, é o canal de comunicação principal dos líderes de estado, figuras públicas e formadores de opinião. Antes considerada a rede mais rápida para interagir com outros usuários e gerar debates saudáveis, hoje é considerada, por muitos, uma rede cada vez mais tóxica. Não é diferente no Instagram, no Youtube ou no TikTok.

Com o crescente ataque de haters e bullying, os debates construtivos que as redes sociais podem promover, perdem a força e o espaço, em um ambiente cada vez mais perigoso de expor suas opiniões.

Então como se proteger?

“Privacidade Social” é o novo termo apelidado pelos executivos do Twitter que estão testando novos recursos para adicionar ferramentas relacionadas à privacidade e segurança dos usuários. Uma das iniciativas é testar o recurso chamado “Safety Mode” Modo de Segurança que visa ajudar os usuários a evitarem serem bombardeados por tweets prejudiciais e menções indesejadas.

Essa incursão para proteção e privacidade de usuários já está sendo feita também pelo Facebook que, graças às novas regulamentações, está mobilizando seus engenheiros para reconstruírem a forma de funcionamento de seus anúncios a fim de que não sejam tão invasivos.

Há uma semana, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a divulgação de conversas do WhatsApp sem consentimento dos participantes, ou autorização judicial, é passível de indenização caso seja configurado dano para o envolvido.

Redes sociais precisam de usuários engajados, livres para se expressar. Necessitam de pessoas que se sintam seguras e confortáveis para navegar e consumir nos seus aplicativos.

A tese de que quando não nos sentimos protegidos, ficamos limitados, vale para as redes sociais também. Somos capazes de nos expressar livremente quando estamos confiantes e quando sabemos que há espaço para o diálogo saudável, independente das crenças e opiniões.

Este novo movimento do Twitter é mais um investimento da ferramenta para dar ao usuário a possibilidade de restringir suas postagens, ocultar postagens antigas, remover seguidores, sair de conversas públicas e, portanto, ter um controle maior sobre a sua privacidade. Mas já existem configurações de privacidade no Twitter que você pode ativar agora.

Na maioria dos aplicativos, configurações de segurança e privacidade estão disponíveis, mas muitos usuários não sabem como ativá-las ou não se dão ao trabalho de pesquisar e gastar um tempo criando as suas preferências de segurança.

Em um mundo virtual, onde as redes sociais são fontes de informações, publicidade, oportunidades, sociabilidade e até lazer, não se pode descartar a preocupação de proteger o indivíduo e sua identidade cultural.

Liberdade de expressão é fundamental para uma conexão saudável neste universo sem fronteiras que é o virtual. Que as plataformas disponibilizem, cada vez mais, oportunidades de configurações individuais onde cada um possa escolher como e com quem que se relacionar.

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*Alexandre Loures e Flávio Castro são sócios da FSB Comunicação

Este é um conteúdo da Bússola, parceria entre a FSB Comunicação e a Exame. O texto não reflete necessariamente a opinião da Exame.

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