Ana Fontes: “Parcerias são imprescindíveis para o sucesso do negócio”
Presidente da Rede Mulher Empreendedora dá dicas sobre o que deve ser levado em conta na hora de fechar parcerias estratégicas
Isabela Rovaroto
Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 07h00.
Última atualização em 15 de dezembro de 2020 às 08h22.
Na vida, nada se faz sozinha. Nenhuma conquista é resultado puramente individual. Mesmo nas atividades mais solitárias, a contribuição externa é essencial para o sucesso final.
Quando lembro como comecei o meu negócio, há dez anos, meu lapso automático da memória me faz achar que comecei tudo sozinha. Mas, quando realmente penso na minha trajetória, tenho certeza de que não foi bem assim. Sempre tive alguma companhia ao lado. Minha família apoiando. Amigos incentivando. E desconhecidos orientando.
Muita gente diz que empreender é uma atividade solitária. Eu mesma uso essa expressão às vezes, afinal, todos os riscos e sacrifícios pessoais são encarados unicamente por quem decide correr atrás do negócio próprio, seja por um sonho pessoal ou por uma necessidade puramente econômica.
No fundo, no entanto, estamos cercados de companhias. É verdade que nem todas essas companhias são positivas e construtivas. Infelizmente, há muita gente pessimista ou que gosta de te puxar para baixo, por preocupação ou meramente por inveja.
Isso me leva pensar nas parcerias. Como uma pessoa física, os negócios também não caminham sozinhos. Afinal, todo negócio está inserido em um contexto comercial, financeiro e social, rodeado por um mercado formado principalmente por consumidores, órgãos reguladores e concorrência.
No universo dos pequenos empreendimentos, essa inter-relação muitas vezes é essencial para a sobrevivência do negócio e para o desenvolvimento futuro. Por ser pequeno e imaturo, um empreendimento desse tipo está suscetível às mais diversas crises, aos inúmeros contratempos da jornada empreendedora que, na maioria das vezes, são superados facilmente pelas grandes empresas.
Por isso, parcerias são imprescindíveis. Mas como em qualquer relação, é importante escolher bem para não ser surpreendido lá na frente. Como fazer isso? Bem, não há regras infalíveis. Contudo, e como dizia minha avó, precaução e chá nunca fizeram mal a ninguém.
Muitas das parcerias acabam logo na primeira curva ou antes mesmo de começar. Isso geralmente acontece por falta de um entendimento geral do negócio, de objetivos comuns para os dois lados, das responsabilidades e do ganha-ganha, principal pilar que sustenta uma relação sadia e duradoura.
É importante ter em mente que parcerias são feitas para suprir alguma coisa que não temos à mão ou que precisamos ter em um determinado e específico momento. Portanto, as parcerias podem ser de longa duração ou temporárias, desde que beneficiem os dois lados envolvidos.
Durante a minha caminhada, percebi que parcerias são estratégicas. E, como tais, devem ser tratadas com responsabilidade. Parcerias não envolvem apenas marcas, empresas e resultados. Parcerias envolvem, principalmente, pessoas.
Por fim, quero compartilhar com vocês algumas dicas que aprendi nestes anos. Não são regras, mas experiências práticas que podem ser levadas em conta sempre que queremos fechar uma parceria. Vamos a elas?
- Antes de aprovar uma parceria, avalie previamente quem é esse parceiro, se faz sentido a parceria. Não saia atirando para todos os lados aleatoriamente. Como disse antes, parceria é uma ação estratégica.
- Antes de se conectar com o potencial parceiro, defina objetivos e crie uma proposta de valor clara para os dois lados. Lembre-se de que parceria é um ganha-ganha.
- Avalie o público do seu parceiro. Aqui na Rede, por exemplo, trabalhamos com empreendedoras de pequenos negócios. Se o público do parceiro tem um outro perfil, será que faz sentido essa colaboração?
- Depois de definir o parceiro, seja objetivo no contato. Diga quem é você, o que a sua empresa faz, o que você propõe e quais são as vantagens dessa união.
- Por fim, invista tempo e energia em definir poucos e bons parceiros que sejam fundamentais para compor a entrega do seu produto ou serviço. Neste contexto, qualidade fala mais alto do que quantidade.
E boas vendas! Até a próxima.
*Ana Fontes é fundadora e presidente da Rede Mulher Empreendedora – RME
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