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Veja os principais momentos do Fórum Econômico Mundial

Empresários e políticos fazem apelo contra o protecionismo durante evento sediado no Rio de Janeiro

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 26 de janeiro de 2011 às 13h01.

Adotar políticas protecionistas apenas contribuirá para a piora da crise econômica global. Esta foi uma das principais mensagens de personalidades dos negócios e da política, reunidas no Rio de Janeiro para o Fórum Econômico Mundial. Apesar disso, a crise levou a maior parte dos países a adotar restrições ao livre comércio, segundo pesquisa divulgada no evento.

Outros temas que mereceram destaque foram a burocracia e a pesada carga tributária brasileira, o impacto da crise sobre a competitividade industrial, as oportunidades de investimento e a situação energética. Veja, a seguir, os principais temas debatidos durante o Fórum:

Veja também

1. CRÍTICA AO PROTECIONISMO

85% dos países do G20 adotaram medidas protecionistas

Pesquisa da Comissão da ONU para América Latina e Caribe, a Cepal, a ser apresentada no Fórum das Américas, que começa neste final de semana em Trinidad Tobago, mostrou que 17 dos 20 países presentes ao último encontro do G-20 adotaram medidas protecionistas de reação à crise.

Políticos e executivos latino-americanos pediram na quarta-feira aos governos da região que parem de criar barreiras comerciais e encarem a crise financeira como uma oportunidade de resolver problemas que emperram o crescimento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião do evento do Fórum Econômico Mundial/América Latina, no Rio, disse que as medidas protecionistas de alguns países só trarão um alívio de curto prazo contra a atual situação econômica.


2. DETERIORAÇÃO DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS

Competitividade também é vítima da crise

Uma das maiores vítimas da crise mundial deve ser a competitividade, tanto das economias como das empresas. A conclusão é do professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coordena a realização do relatório anual sobre competitividade internacional do Brasil, em conjunto com o Fórum Econômico Mundial. "A retração dos investimentos afeta fortemente o poder competitivo dos países e das empresas", diz Arruda. "Por isso o momento é ideal para superar alguns dos nossos principais problemas e ganhar espaço quando a crise acabar."

A aventura de tocar um negócio na Venezuela

Bem articulado e falando inglês de forma fluente, o venezuelano Lorenzo Mendonza se mistura facilmente entre os executivos que circulam pelo Fórum Econômico Mundial. Mas suas preocupações como empresário vão bem mais além do que os efeitos da crise mundial, o assunto mais comentado do evento. Ele tem 43 anos e é o herdeiro da Empresas Polar, a maior fabricante de alimentos e bebidas da Venezuela, e tem a missão de comandar os negócios da família no conturbado ambiente político do governo de Hugo Chávez, e tentar preservar os negócios apesar das polêmicas com o presidente.

Em março, Mendoza foi ameaçado por Chávez em rede nacional de ter sua empresa expropriada pelo governo, logo após o anúncio da estatização da subsidiária local da americana Cargill. Em entrevista para EXAME, Mendoza não quis comentar o assunto, disse apenas que ele foi superado. Mas afirmou que o crescimento da Venezuela depende da abertura do diálogo entre o governo e as empresas privadas.

Brasil é o país onde mais se gasta tempo pagando impostos, diz PwC

Em nenhum outro lugar do planeta se gasta tanto tempo pagando impostos como no Brasil. O triste recorde foi constatado num estudo divulgado em dezembro de 2008 pelo Banco Mundial e a consultoria PricewaterhouseCoopers. São necessárias, em média, 2 600 horas por ano para pagar impostos no Brasil, segundo a pesquisa.


3. OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO

Executivos veem A.Latina como oportunidades na crise global

O Brasil tem chances de liderar a recuperação global após a crise financeira, mas ainda precisa vencer obstáculos como o baixo nível de educação e gargalos de infraestrutura para sustentar um crescimento robusto no longo prazo, avaliaram os executivos à frente do encontro do Fórum Econômico Mundial realizado no Rio de Janeiro.

Gávea, de Armínio Fraga, busca oportunidades de investimento

A Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, está em busca de "boas oportunidades" de investimento, num momento em que diversos ativos ficaram mais baratos por conta da crise financeira global. "Temos um fundo que foi captado em agosto, com 1,2 bilhão de dólares. Nós investimos uns 40 por cento, então estamos com bastante capital para investir e procurando oportunidades", disse Fraga no Rio de Janeiro, ao participar do encontro do Fórum Econômico Mundial.

Odebrecht monitora chances de aquisição no setor sucroalcooleiro

A Odebrecht está atenta às oportunidades de aquisição no setor de açúcar e álcool geradas pela crise global, mas não tem planos de compra no curto prazo, afirmou nesta quarta-feira o presidente-executivo da companhia, Marcelo Bahia Odebrecht. Segundo ele, a Odebrecht tem como estratégia desenvolver suas próprias usinas, mas chega a ser até "frustrante" ver alguns negócios mais baratos prontos.


4. PRESIDENTE BRASILEIRO SE DESTACA

Ideologia não deve impedir estatização de bancos, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a comunidade internacional precisa responder de forma coordenada à crise financeira global e que a solução para os problemas enfrentados pelos bancos deve envolver todas as opções. "A estatização de bancos não deve ser descartada por meros preconceitos ideológicos", afirmou Lula em discurso.

Governo fará tudo para evitar estagnação, segundo Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo fará "qualquer coisa" para evitar que o Brasil volte à estagnação das décadas de 80 e 90, e defendeu a distribuição de renda por meio de programas como o Bolsa Família. Em discurso no Fórum Econômico Mundial da América Latina, Lula disse que a população não pode "esperar o bolo crescer" para ser incluída no progresso do país.

5. SITUAÇÃO ENERGÉTICA

Gabrielli diz que gasolina cai com diesel, "em algum momento"

Quando o preço do petróleo se estabilizar no mercado internacional, tanto o diesel como a gasolina terão seus preços reduzidos, afirmou o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, nesta quinta-feira. Ele descartou a queda apenas do preço do diesel, como foi especulado na quarta-feira, e negou também que o assunto esteja sendo motivo de tensão entre ele o governo. Na véspera, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o preço do diesel iria cair.


Política também pesa na questão dos combustíveis, diz Gabrielli

Quando o preço do petróleo se estabilizar no mercado internacional, tanto o diesel como a gasolina terão seus preços reduzidos, afirmou o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, nesta quinta-feira, admitindo que a decisão também será política. "A decisão nunca é política só e nem só econômica. É sempre as duas coisas quando você tem uma empresa que produz 99,9 por cento dos combustíveis do país", disse Gabrielli a jornalistas, durante o Fórum Econômico Mundial para a América Latina.

PETROBRAS: bacia de Santos será mais importante que Campos

Animado com mais uma descoberta no pré-sal, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, afirmou que em 10 ou 15 anos a bacia de Santos será mais importante para o Brasil do que a de Campos. Atualmente, a bacia de Campos responde por mais de 80 por cento da produção nacional de petróleo.

PETROBRAS registra aumento nas vendas de combustíveis em março

As vendas de combustíveis da Petrobras em março cresceram 0,4 por cento em relação ao mesmo mês do ano passado, informou nesta quarta-feira o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli. "Em janeiro e fevereiro, tivemos queda, mas agora volta a subir", disse ele em entrevista a jornalistas, concordando que a alta pode sinalizar uma melhora do mercado.

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