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"Veja lá no meu site" e "joga no Google": como foi o primeiro debate em SP

Programa municipal de transferência de renda e renovação do mudanças na gestão do transporte público foram temas recorrentes no encontro

Debate na Band: encontro reuniu 11 dos 14 candidatos à Prefeitura de São Paulo (Kelly Fuzaro/Band/Divulgação)

Debate na Band: encontro reuniu 11 dos 14 candidatos à Prefeitura de São Paulo (Kelly Fuzaro/Band/Divulgação)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 2 de outubro de 2020 às 01h04.

Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 11h07.

Os principais candidatos à prefeitura de São Paulo participaram do primeiro debate das eleições municipais 2020, transmitido pela Band na noite desta quarta-feira, 1º. Durante o debate, os candidatos Celso Russomanno (Republicanos), Joice Hasselmann (PSL), Guilherme Boulos (Psol) e Márcio França (PSB) estiveram entre os assuntos mais comentados do Twitter.

Participaram do encontro ainda os candidatos Orlando Silva (PCdoB), Jilmar Tatto (PT), Bruno Covas (PSDB), Andrea Matarazzo (PSD), Arthur do Val (Patriota) e Marina Helou (Rede), convidada a participar após conseguir uma liminar favorável do Tribunal Regional Eleitoral (TSE). Filipe Sabará, que foi suspenso pelo partido Novo, conseguiu uma decisão do TSE para fazer a campanha e foi o último confirmado.

Além das tradicionais troca de acusações, o debate foi marcado pelos candidatos convidando os eleitores pesquisassem na internet as informações faladas no debate. Hasselmann convidou os eleitores a visitarem seu site, enquanto Arthur do Val usou suas considerações finais para convidar os espectadores para uma live após o debate. E Russomano, ao responder uma provocação de Boulos, também citou suas redes sociais. "Eu convido você a passear pelo meu canal no YouTube para conhecer meu trabalho", retrucou Russomano.

Boulos (Psol) também sugeriu aos eleitores que pesquisassem "Márcio França feminicídio" no Google. O primeiro resultado da busca é uma matéria de 2018 da Folha de S. Paulo em que ele afirmou que "'briga de casal sobrecarrega a polícia". O recado de Boulos levou a matéria ao ranking das mais lidas do jornal - comprovando a eficácia da estratégia de "segunda tela" dos candidatos.

A instituição de um programa municipal de transferência de renda, nos moldes do Renda Cidadã do governo federal, foi um dos assuntos debatidos. Citando uma visita à Bolsonaro no hospital em São Paulo, Russomano afirmou ser o único candidato com capacidade para "trazer esses recursos" para a capital paulista, por ser "amigo do presidente".

Ele foi rebatido em seguida por Orlando Silva, que lembrou que a provação da renegociação da dívida do município é competência do Congresso Nacional, e não do Poder Executivo.

No segundo bloco, ao responder uma pergunta de Boulos sobre violência contra a mulher, Márcio França (PSB) afirmou que essa será uma eleição das mulheres, mas titubeou em seguida. "Temos duas aqui. Não que elas vão ser eleitas, mas é uma eleição delas", disse o candidato do PSB.

Sempre em contextos de crítica, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), foi mais citado que o presidente Jair Bolsonaro. Bruno Covas, do mesmo partido do governador, pouco citou o seu padrinho político. Nos blocos em que os candidatos podiam escolher a quem perguntar, Covas e Russomanno foram os mais requisitados. Boulos e França, que estão logo atrás nas pesquisas, dirigiram ataques e questionamentos um ao outro.

Os subsídios da prefeitura às empresas de ônibus que operam na cidade também foi um tema recorrente no debate. Nenhum dos candidatos, no entanto, apresentou uma alternativa ao atual modelo de financiamento do transporte coletivo na cidade. Hasselmann prometeu que, se eleita, fechará a SPTrans, que faz a gestão do transporte na capital.

No tema educação, Covas e Russomanno, empatados em primeiro lugar nas pesquisas, fizeam críticas mútuas sobre a distribuição de tablets e a falta de internet para estudantes da cidade. O atual prefeito propôs comprar vagas em escolas particulares para garantir o ensino a todas as crianças de São Paulo.

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