Veja a repercussão do primeiro turno da eleição na imprensa internacional
Publicações do mundo inteiro repercutiram nesta manhã a ida para o segundo turno da eleição presidencial de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT)
Anderson Figo
Publicado em 8 de outubro de 2018 às 10h52.
Última atualização em 8 de outubro de 2018 às 11h58.
São Paulo — O resultado do primeiro turno da disputa pela Presidência do Brasil ganhou destaque na imprensa internacional nesta segunda-feira (8). O argentino Clarín disse que o candidato Jair Bolsonaro, do PSL, "arrasou" nas eleições brasileiras e "ficou com uma ampla vantagem sobre o seu adversário Fernando Haddad (PT)".
Nos Estados Unidos, o New York Times estampou em sua página principal na internet que Bolsonaro vai ao segundo turno das eleições depois de ter perdido a chance de vencer no primeiro turno. O jornal destacou que Bolsonaro e Haddad representam "visões radicalmente diferentes para o Brasil, a quarta economia do mundo, onde os esquerdistas ganharam todas as eleições presidenciais desde 2002".
"Por mais forte que Bolsonaro tenha se mostrado no domingo, ele continua sendo uma figura extremamente divisiva que alienou grandes segmentos da população super diversa do Brasil durante a campanha", escreve o NYT.
O francês Le Monde focou no candidato do PT em sua chamada de capa: "Fernando Haddad, le deuxième homme, peine à sortir de l’ombre de Lula", algo como "Fernando Haddad, o segundo homem, luta para emergir da sombra de Lula".
O jornal francês disse que Haddad evitou a humilhação de uma derrota esmagadora no primeiro turno para Bolsonaro, seu adversário da extrema-direita. A publicação lembrou de quando o candidato do PT perdeu a eleição para a prefeitura de São Paulo em 2016, no primeiro turno, para João Dória, que disputará o segundo turno pelo governo de SP neste ano e está apoiando Bolsonaro na briga pela Presidência.
Na CNN, a chamada diz que o candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro venceu o primeiro turno das eleições presidenciais do Brasil. A publicação afirmou que é a disputa política mais "polarizada desde que o país retornou à democracia três décadas atrás".
"Uma vitória no segundo turno do ex-capitão do Exército Bolsonaro seria uma mudança histórica para a direita no Brasil. O candidato do Partido Social Liberal provocou controvérsia ao fazer comentários misóginos, racistas e homofóbicos e tem sido frequentemente comparado ao presidente dos EUA, Donald Trump, e ao filipino Rodrigo Duterte", diz a CNN.
O Washington Post destacou que Jair Bolsonaro "quase ganhou no primeiro turno". "O desempenho de Bolsonaro representa uma impressionante marcha para um crescente movimento global de nacionalistas de direita que conquistaram os principais cargos políticos nos Estados Unidos, Europa Oriental e Filipinas. A postura de homem forte de Bolsonaro na política e seu elogio à antiga ditadura militar levantaram temores de que ele afastaria o Brasil da democracia liberal. Bolsonaro negou essas intenções", escreveu a publicação.
Na Itália, o Corriere della Sera estampou em sua página principal: "Jair Bolsonaro, il nostalgico della dittatura a un passo dalla presidenza del Brasile", algo como "Jair Bolsonaro, o nostálgico da ditadura a um passo da presidência brasileira". A publicação foi bem crítica em relação ao avanço do candidato do PSL ao segundo turno.
"Loucura? Pode ser, a julgar pela metade dos brasileiros que acordaram esta manhã com uma dor de cabeça muito forte e uma série de preocupações legítimas. Este é realmente o homem que conseguirá conter a corrupção e acabar com a impunidade da violência no Brasil? O novo homem da política brasileira, como gosta de se apresentar, não é nada disso", disse o jornal italiano.
A página na internet da revista alemã Spiegel chamou Bolsonaro de "Scharfmacher", algo como "encrenqueiro" ou alguém que coloca lenha na fogueira, gera polêmicas. O título da matéria é: "Der Scharfmacher spaltet das Land", ou "O encrenqueiro dividiu o país".