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Temer foi "surpreendido" por impeachment, diz ministro

Ministro da Secretaria de Governo afirmou que Temer não participou de acordo para favorecer saída de Dilma Rousseff

Temer: ministro declarou que presidente não fez acordos pró-impeachment (Adriano Machado / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2016 às 11h50.

Brasília - O ministro da Secretaria de Governo , Geddel Vieira Lima, negou ontem que o presidente Michel Temer tenha participado de acordo para favorecer a ex-presidente Dilma Rousseff no julgamento do impeachment .

"Eu falo de acordos que eu participei. Desse caso específico, eu não participei, nem o governo, de 'acordinho', de acordo nem de acordão. Não participamos. Fomos surpreendidos", afirmou o ministro ao Estado.

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência também se posicionou sobre o aval "como jurista" dado por Temer, conforme noticiado ontem pelo Estado. A nota classificou de "fantasiosa" a versão da suposta concordância de Temer com o fatiamento da votação que assegurou à ex-presidente o direito de exercer funções públicas . De acordo com a pasta, "Temer jamais foi consultado e muito menos concordou com tal procedimento".

Ainda de acordo com Geddel, "esse ponto (o fatiamento) pode ser respondido melhor pelos atores que participaram e votaram a favor de uma posição que, ao meu ver, choca-se com a Constituição".

Ao negar que ele ou o presidente Temer tenham tratado do assunto com senadores, Geddel lembrou que, "para tratar desse tema, existe a lei maior que é a Constituição, que ali, ao meu ver, rege de forma clara o que deve ser feito", acentuando que o Supremo Tribunal Federal (STF) está sendo chamado a se posicionar sobre a questão do fatiamento.

Questionado se o presidente e os ministros do Planalto não foram informados da "manobra" que estava em curso no Senado, Geddel afirmou: "Eu não lhe disse que em nenhum momento o presidente não foi informado por alguém. Eu e o presidente fomos informados já no decorrer da sessão. A gente estava acompanhando. Vimos os movimentos e fomos informados a partir daquele momento".

O ministro explicou ainda que ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros ministros estavam assistindo à sessão. "Fomos todos tomados da mesma surpresa", disse o ministro. No Palácio do Planalto, ministros e assessores presidenciais ressaltam que, apenas ter conhecimento de que essa possibilidade poderia existir, não significa aval do governo Temer.

Contrariado

As notícias de que Temer teria dado aval, "como jurista", à mobilização de parlamentares que levou ao fatiamento do impeachment de Dilma, deixaram o presidente, que está na China, em viagem oficial, "muito contrariado".

Mesmo com 12 horas de fuso a mais e apesar de estar envolvido com reuniões bilaterais e a preparação para a reunião do G-20 - grupo das maiores economias do planeta -, que se inicia hoje, Temer ficou em contato com o Brasil tentando encontrar uma forma de desfazer a ideia de que teria dado aval ao que o governo chama de "manobra" para assegurar direitos a Dilma.

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Brasília - O ministro da Secretaria de Governo , Geddel Vieira Lima, negou ontem que o presidente Michel Temer tenha participado de acordo para favorecer a ex-presidente Dilma Rousseff no julgamento do impeachment .

"Eu falo de acordos que eu participei. Desse caso específico, eu não participei, nem o governo, de 'acordinho', de acordo nem de acordão. Não participamos. Fomos surpreendidos", afirmou o ministro ao Estado.

A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência também se posicionou sobre o aval "como jurista" dado por Temer, conforme noticiado ontem pelo Estado. A nota classificou de "fantasiosa" a versão da suposta concordância de Temer com o fatiamento da votação que assegurou à ex-presidente o direito de exercer funções públicas . De acordo com a pasta, "Temer jamais foi consultado e muito menos concordou com tal procedimento".

Ainda de acordo com Geddel, "esse ponto (o fatiamento) pode ser respondido melhor pelos atores que participaram e votaram a favor de uma posição que, ao meu ver, choca-se com a Constituição".

Ao negar que ele ou o presidente Temer tenham tratado do assunto com senadores, Geddel lembrou que, "para tratar desse tema, existe a lei maior que é a Constituição, que ali, ao meu ver, rege de forma clara o que deve ser feito", acentuando que o Supremo Tribunal Federal (STF) está sendo chamado a se posicionar sobre a questão do fatiamento.

Questionado se o presidente e os ministros do Planalto não foram informados da "manobra" que estava em curso no Senado, Geddel afirmou: "Eu não lhe disse que em nenhum momento o presidente não foi informado por alguém. Eu e o presidente fomos informados já no decorrer da sessão. A gente estava acompanhando. Vimos os movimentos e fomos informados a partir daquele momento".

O ministro explicou ainda que ele, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros ministros estavam assistindo à sessão. "Fomos todos tomados da mesma surpresa", disse o ministro. No Palácio do Planalto, ministros e assessores presidenciais ressaltam que, apenas ter conhecimento de que essa possibilidade poderia existir, não significa aval do governo Temer.

Contrariado

As notícias de que Temer teria dado aval, "como jurista", à mobilização de parlamentares que levou ao fatiamento do impeachment de Dilma, deixaram o presidente, que está na China, em viagem oficial, "muito contrariado".

Mesmo com 12 horas de fuso a mais e apesar de estar envolvido com reuniões bilaterais e a preparação para a reunião do G-20 - grupo das maiores economias do planeta -, que se inicia hoje, Temer ficou em contato com o Brasil tentando encontrar uma forma de desfazer a ideia de que teria dado aval ao que o governo chama de "manobra" para assegurar direitos a Dilma.

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