Economia

Temer fala em zerar déficit público em até 7 anos

Ao anunciar novas metas fiscais, o ministro do Planejamento disse que o país só deve conseguir superávit primário novamente em 2021

Temer: "A previsão que fizemos é que vai levar tempo para zerar o déficit público" (Valter Campanato/Agência Brasil)

Temer: "A previsão que fizemos é que vai levar tempo para zerar o déficit público" (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 22 de agosto de 2017 às 21h19.

Última atualização em 23 de agosto de 2017 às 11h14.

Brasília - O presidente Michel Temer voltou a defender o teto dos gastos nesta terça-feira, ao dizer que pode levar até sete anos para zerar o déficit público.

"A previsão que fizemos é que vai levar tempo para zerar o déficit público. Quando falamos em 179 bilhões (de reais), 159 bilhões, estamos fazendo um déficit assustador. Não se resolve de um dia para o outro, vai se resolvendo ao longo do tempo", disse Temer durante evento do setor de aço, em Brasília.

"Queira Deus que possamos fazê-lo em cinco anos, seis anos, sete anos. Não vamos ter a ilusão de que em pouquíssimo tempo, em dois, três anos vamos resolver esse assunto", acrescentou.

Ao anunciar novas metas fiscais na semana passada, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que o país só deve conseguir superávit primário novamente em 2021.

Um dia após o governo anunciar a privatização da Eletrobras, Temer disse que o governo reformulou o modelo de concessões e deixou de lado "qualquer visão ideológica".

"Temos atraído investidores do Brasil e do mundo. Tiramos de lado qualquer visão idelógica, temos visão universalista das relações internacionais."

Reintegra

Temer admitiu que o governo pode atender o setor do aço e rever o Reintegra, programa que devolve às empresas 2 por cento do faturamento com exportações de manufaturados como compensação por impostos indiretos.

Em discurso durante a abertura da 28º Congresso Nacional do Aço, Temer afirmou que o governo é "sensível" ao tema e irá marcar uma reunião com a equipe econômica para ver o que seria possível fazer.

O programa tinha uma alíquota de 3 pontos percentuais no governo Dilma, mas foi reduzida a 0,1 por cento --o mínimo possível-- em 2016 sob a alegação de que o câmbio estaria favorável aos exportadores.

O governo chegou a considerar acabar com o Reintegra, admitiu o presidente, mas, sob pressão da indústria exportadora, manteve a alíquota em 2 por cento.

"Aqui me dirijo exatamente à questão referente ao Reintegra, sobre o qual já conversamos. As dificuldades atuais são muitas, como todos sabemos. A primeira ideia, alias, era até eliminar os 2 por cento, mas a ideia que prevaleceu foi manter os 2 por cento", disse Temer.

"Mas ainda agora conversando, estamos ajustando uma conversa de todos com a área econômica do governo para verificar se é possível ainda alguma mudança em face do quanto aqui foi dito."

Durante a abertura do Congresso, os empresários do setor reclamaram da competição com a China, que tem feito o Brasil perder espaço no mercado internacional.

Temer disse ainda que, na semana que vem, em sua viagem ao país asiático, irá tratar do tema.

"Levarei à China a nossa preocupação de que sua ação na venda do aço não pode prejudicar a competição internacional", disse o presidente.

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