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SP estuda antecipar fracionamento de vacina da febre amarela

São Paulo assiste a uma corrida pela vacina, postos de saúde têm reunido filas de até oito horas de espera

Vacina: São Paulo concentra o maior número de casos e de óbitos nessa nova onda de febre amarela (Leonardo Benassatto/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 18h00.

Brasília - A data de início do fracionamento de vacina contra febre amarela em São Paulo será novamente antecipada. A decisão, confirmada ao Estado pelo secretário de Saúde, David Uip, tem como objetivo poupar os estoques do imunizante. "A data ainda não foi definida. Mas estamos estudando algo entre os dias 22 e 29", contou o secretário.

São Paulo assiste a uma corrida pela vacina. Postos de saúde têm reunido filas de até oito horas de espera. A reação teve início depois da divulgação da notícia de que a campanha de fracionamento seria realizada. "Muitas pessoas que não têm indicação da vacina estão procurando os postos", contou Uip.

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Pessoas idosas, que já foram vacinadas, buscam os pontos de vacinação na esperança de ter uma proteção "reforçada." Um erro, alertam os especialistas em saúde pública. Além de não aumentar a proteção, a aplicação da vacina de forma repetida, em um curto espaço de tempo, aumenta o risco de reações adversas.

Os que enfrentam as filas buscam, ainda, evitar a vacina fracionada, com receio de que ela tenha uma proteção reduzida quando comparada à vacina integral. Estudos mostram que a dose fracionada tem o mesmo efeito protetor. O que varia é o tempo dessa proteção.

Além de um risco desnecessário e da perda de tempo numa fila, a aplicação de vacinas em doses integrais para pessoas que não têm risco de contrair a doença desorganiza o plano de uso dos estoques do imunizante. São Paulo pretende vacinar 8,3 milhões de pessoas em 54 municípios considerados prioritários. "O plano permanece. Vamos adotar essa estratégia, apenas antecipando a campanha", disse Uip.

Nesta terça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado recomendando que viajantes internacionais com destino a São Paulo tomassem a vacina contra a febre amarela. A decisão na avaliação de Uip é acertada. "Isso não vai mudar nossa estratégia", disse.

A antecipação do uso da vacina fracionada foi discutida em uma reunião com o Ministério da Saúde. A pasta sugeriu que não apenas São Paulo, mas os demais Estados que vão realizar o fracionamento (Rio de Janeiro e Bahia) antecipassem a aplicação de doses reduzidas (com um quinto da vacina integral). A data sugerida foi 22 de janeiro.

São Paulo, no entanto, por questões de logística achou preferível escolher outro dia, que ainda está em avaliação. O Estado recebeu 9 milhões de seringas para serem usadas no fracionamento. Boa parte das equipes já foi treinada. A aplicação da vacina fracionada é diferente da aplicação da vacina integral.

Atendimento

São Paulo concentra o maior número de casos e de óbitos nessa nova onda de febre amarela. Desde o ano passado, foram confirmados 40 casos, com 21 mortes. Uip atribui a alta letalidade à subnotificação. "Casos leves muitas vezes não são nem notificados", observa. Pacientes em estado grave são referenciados para o Hospital Emílio Ribas e o Hospital das Clínicas.

A febre amarela pode afetar de forma grave o fígado, levando o paciente a necessitar de um transplante. Diante do risco de aumento da demanda, São Paulo já determinou que casos graves para transplante de fígado sejam encaminhados para o Hospitais de São José do Rio Preto e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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