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Se principais lideranças apoiam a reforma, eu vou temer o quê?, diz Guedes

Depois de reunião polêmica na CCJ, ministro da Economia defendeu PEC da Previdência e teve apoio de empresários

Paulo Guedes: ministro da Economia participou de evento em Campos do Jordão (Amanda Perobelli/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de abril de 2019 às 14h35.

Última atualização em 5 de abril de 2019 às 15h02.

O ministro da Economia, Paulo Guedes , defendeu hoje (5) a reforma da Previdência e a redução da máquina pública no 18º Fórum Empresarial do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), realizado na cidade de Campos do Jordão (SP). Guedes foi aplaudido pelos empresários presentes ao evento.

"Se as principais lideranças do país estão comprometidas com a reforma [da Previdência], eu vou temer o quê? Perder a paciência depois de seis, sete horas? E me cansar com certo desrespeito, com quem me desrespeitou? Rumores. Acontece", afirmou Guedes.

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Segundo o ministro, a reforma da Previdência é tema prioritário do governo federal. "O modelo econômico é ruim, se esgotou. Temos que reformar. O diagnóstico é esse. Em torno disso, costuramos o nosso programa", disse.

Desde o regime militar, o governo lida com o descontrole de gastos, conforme Guedes, o que resultou no déficit do sistema previdenciário público.

Para Guedes, é necessária a redução da intervenção do Estado na economia. "Hoje, é melhor o empresário ir à Brasília pedir algo, do que mergulhar na competição", disse. "A economia com muita intervenção do Estado perde a dinâmica de crescimento, corrompe as práticas", acrescentou.

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, disse que o setor empresarial está "preocupado, mas esperançoso" na aprovação de uma reforma da Previdência que preserve a economia de R$ 1 trilhão proposta pela equipe econômica.

Para o executivo, a desarticulação política do governo Jair Bolsonaro representa uma "curva de aprendizado" na negociação com o Congresso.

Segundo ele, a confusão envolvendo o ministro da Economia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara nesta semana será superada. O ministro acabou batendo boca com o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) ao ser chamado de "tigrão" e "tchutchuca".

"Dizem que sempre depois da tempestade vem a bonança. Aconteceu uma tempestade, um problema, um atrito, mas que agora haja uma união de todos os setores, principalmente no Parlamento, para que possamos fazer essa reforma da Previdência", disse o executivo, que participa do fórum do Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Campos do Jordão (SP).

De acordo com Lazari, a economia brasileira ainda pode crescer neste ano se a reforma da Previdência for aprovada até agosto. "Mesmo que ela [a reforma] aconteça em junho, no máximo julho, mesmo que escorregue até agosto, ainda dá para capturar mesmo que marginalmente o crescimento da economia para este ano", disse.

O presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, afirmou, por sua vez, que a execução do rito legislativo da reforma da Previdência "tem de andar este semestre". "É importante o País votar a reforma da Previdência. Virar a página, para acelerar a reforma do Estado brasileiro."

Ao se dizer otimista com a economia brasileira, Trabuco afirmou que a agenda de reformas e abertura do governo de Jair Bolsonaro "é positiva", e que isso se reflete nos preços dos ativos brasileiros. Ele ressaltou também que o Brasil oferece taxas de retorno "muito favoráveis" em meio a um cenário de liquidez mundial. "Somos um País que atrai muito recursos no mundo", comentou.

Ele afirmou acreditar ainda que a mudança na Previdência é "fundamental para construção de um novo pacto federativo" e que ela abre caminho para outras reformas, como a tributária.

Privatizações

A segunda prioridade do governo na área econômica é a privatização de estatais, de acordo com o ministro. O objetivo é fazer o balanço das gestões. "As estatais, descapitalizadas, se transformaram em locais de aparelhamento, um problema para a classe política", argumentou.

Durante a sua participação, Guedes comentou a audiência, na última quarta-feira (3), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para discussão sobre a reforma da Previdência.

O ministro entrou em debate com parlamentares da oposição e se desentendeu com o deputado Zeca Dirceu (PT-PR).

 

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