Ronaldinho Gaúcho falta à CPI das Pirâmides pela 2ª vez e comissão fala em condução coercitiva
O ex-jogador alegou que um temporal em Porto Alegre nesta quarta-feira, 23, o impossibilitou de pegar um voo para Brasília
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 24 de agosto de 2023 às 13h37.
Última atualização em 24 de agosto de 2023 às 13h42.
O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho não compareceu, pela segunda vez, para prestar depoimento na CPI das Pirâmides Financeiras nesta quinta-feira, 24, e a comissão parlamentar quer forçá-lo a comparecer por meio de uma condução coercitiva.
A medida foi anunciada pelo presidente da CPI, deputado Aureo Ribeiro (PSD-SP). "Tivemos voos que pousaram em Brasília ontem à noite e na manhã desta quarta-feira. Ainda que não tivesse o voo, por que não se antecipou?", disse o relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP).
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Há consenso entre os integrantes da comissão para que o pedido de condução coercitiva seja aprovado. A condução é uma medida prevista na legislação penal e permite que autoridades conduzam pessoas, sob escolta policial, para obrigar seu comparecimento em uma audiência marcada.
Ronaldinho alegou que um temporal em Porto Alegre nesta quarta-feira, 23, o impossibilitou de pegar um voo para Brasília. Compareceu apenas o irmão do ex-atleta, Roberto de Assis Moreira, que é também seu empresário. Ronaldinho daria depoimento ao lado dele e do empresário Marcelo Lara.
"Não sou e não somos sócios de 18k Ronaldinho. Meu irmão foi vítima e dos seus sócios, que usaram o nome. Eu e meu irmão jamais participamos", disse Assis, em depoimento à CPI. A empresa é uma sociedade de Marcelo Lara e Rhafael Horacio Nunes de Oliveira.
O relator e o presidente da CPI disseram que o advogado, Sérgio Queiroz, estava instruindo todas as respostas dadas pelo irmão de Ronaldinho. Queiroz defendeu que estava sob a prerrogativa de advogado e está amparado sob o habeas corpus do STF para poder falar livremente com Assis.
Na quarta-feira, 23, a CPI aprovou a quebra de sigilo bancário da apresentadora Tatá Werneck, do ator Cauã Reymond e do jornalista Marcelo Tas.
Por que Ronaldinho foi convocado pela CPI das Pirâmides Financeiras
Ele foi convocado para prestar depoimento na comissão por ser fundador e sócio-proprietário da 18K. A empresa é apontada pelo Ministério Público Federal como uma pirâmide financeira. "A empresa afirmava trabalhar com trading e arbitragem de criptomoedas e prometia a seus clientes rendimentos de até 2% ao dia, supostamente baseado em operações com moedas digitais", informou o requerimento de Silva, que pediu a oitiva com o jogador.
Defesa afirma que Ronaldinho também foi lesado
Ronaldinho Gaúcho afirma que teve sua imagem usada indevidamente e que também teria sido lesado.A defesa de Ronaldinho pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o jogador não fosse obrigado a comparecer na CPI.Na segunda-feira, oministro Edson Fachin atendeu a solicitação de forma parcial e assegurou ao ex-jogador o direito ao silêncio durante o depoimento.
Fachin explicou que a convocação de Gaúcho não esclarece se ele é testemunha ou investigado. Por isso, não foi possível acolher o pedido da defesa para que o atleta não comparecesse à CPI.
A resposta de Assis aos questionamentos sobre a 18k Ronaldinho foi a mesma: "Não respondo pela 18k Ronaldinho". O relator e o presidente da CPI disseram que o advogado, Sérgio Queiroz, estava instruindo todas as respostas dadas pelo empresário e irmão de Ronaldinho.
Queiroz defendeu que estava sob a prerrogativa de advogado e está amparado sob o habeas corpus do STF para poder falar livremente com Assis.
Há consenso entre os integrantes da CPI para que o pedido de condução coercitiva prossiga. Nesta quarta-feira, 23, a CPI aprovou a quebra de sigilo bancário da apresentadora Tatá Werneck, do ator Cauã Reymond e do jornalista Marcelo Tas.