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Recolhi um valor insignificante para campanha de 2014, diz Temer

Em entrevista na noite desta quinta-feira (4), o presidente disse esperar um resultado positivo e justo para o julgamento no TSE sobre sua chapa com Dilma

Temer: ele falou que defende um julgamento rápido do processo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de maio de 2017 às 08h05.

São Paulo - Com o risco de sair do cargo caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decida pela cassação da chapa eleita em 2014, o presidente Michel Temer (PMDB) defendeu a tese de separação das contas de campanha e disse que espera ter uma decisão favorável na Corte que o mantenha no cargo.

"O que eu recolhi foi o mínimo, foi uma coisa insignificante tendo em vista o montante da campanha", disse o presidente em entrevista à RedeTV exibida na noite desta quinta-feira.

Ele falou que defende um julgamento rápido do processo."É preciso acabar com isso. Quando antes julgar, melhor."

Temer disse que, se houver uma cassação, Dilma e ele vão recorrer da decisão primeiro no TSE e depois no Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente afirmou que o STF poderá revisar a decisão da corte eleitoral. Considerando a possibilidade de a chapa ser cassada, mas a Justiça preservar sua elegibilidade, Temer afirmou que o "o futuro dirá" se ele concorre a uma eventual eleição indireta no Congresso.

Na condição de terminar o mandato no prazo previsto, em dezembro de 2018, o peemedebista afirmou que não tem intenção de continuar sua atividade política.

O presidente disse ainda que o ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em Curitiba, mentiu ao falar que Temer convocou diretamente a reunião com um executivo da Odebrecht em 2010.

"Lamento dizer que ele [Eduardo Cunha] se equivocou mentirosamente". O presidente afirmou também que não teme uma delação do ex-deputado. "Eu espero que ele seja feliz judicial e pessoalmente."

Delatores da empreiteira dizem que o encontro serviu para negociar propina da empresa para o PMDB. Temer afirmou que o encontro serviu apenas para um executivo "apertar a mão" dele porque tinha a intenção de contribuir para a campanha, mas que o assunto não foi tratado no encontro.

"Não se tratou desse assunto [propina], nem chegou a tratar de colaboração oficial". O peemedebista afirmou que ficou 15 minutos no encontro e que os presentes falaram sobre "generalidades".

"Distritão"

O presidente da República defendeu a implantação do chamado 'Distritão" para as eleições de 2018, em que os Estados são divididos em distritos e os eleitores escolhem seus representantes através do voto distrital majoritário.

Para 2022, Temer defendeu que seja implantado o voto distrital misto, em que metade dos parlamentares são eleitos por uma lista ordenada pelo partido e outra metade pelo voto majoritário nos distritos.

Temer disse que as empresas contribuíram "indistintamente" para as campanhas em eleições passadas e que vai ser muito difícil resolver o problema do financiamento eleitoral no próximo pleito. O presidente afirmou na entrevista que vai auxiliar o Congresso para fazer uma reforma política.

Caixa 2

Temer alegou que nunca teve contato com caixa 2 ou propina. Ele também destacou que as duas coisas são tipificados separadamente, mas que ele não sabe como a Justiça vai fazer essa distinção nos julgamentos.

O peemedebista enfatizou que não há classificação de caixa 2 como crime na legislação atual.

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