Plenário do Senado Federal durante terceira reunião preparatória destinada à eleição e posse dos 1º e 2º vice-presidentes; 1º, 2º, 3º e 4º secretários; e 1º, 2º, 3º e 4º suplentes de secretário da Mesa do Senado Federal. Os membros da Mesa são os mesmos que integram a Comissão Diretora, a quem cabe a direção do Senado. A votação para os demais membros da Mesa também é secreta, por maioria de votos, presente a maioria dos senadores. Empronunciamento, à bancada, líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 15 de fevereiro de 2023 às 11h48.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2023 às 11h50.
Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse esperar que pelo menos 80% da bancada do União Brasil vote de acordo com os interesses do Palácio do Planalto nos projetos que tramitam na Câmara e no Senado. A cobrança ocorre 24 horas após o presidente nacional do partido, o deputado Luciano Bivar (PE), ter admitido em entrevista ao GLOBO que precisa de mais cargos no governo para entregar a fidelidade exigida pelo Executivo.
O União Brasil já emplacou indicados em três ministérios: Turismo, Comunicações e Integração Nacional. Ainda assim, Bivar afirmou que considera necessário ampliar o espaço da legenda no Executivo. Ele citou cargos do segundo e terceiro escalões com os quais gostaria de contar.
Randolfe argumenta que a expectativa de adesão de até 90% do União é o mesmo esperado de outras siglas que controlam três pastas na Esplanada.
"No primeiro flerte, o governo já chamou o União para o casamento. Assim como do PSD e do MDB, esperamos ter entre 80 e 90% dos votos do União. Eles já têm muito nas mãos", justifica o senador.
Enquanto pleiteia mais postos na máquina federal, o União Brasil negocia juntar-se em federação com o PP e o Avante. Trata-se de uma modelo de coligação por meio do qual as legendas participantes atuam nas votações do Congresso como se fossem uma só pelo prazo mínimo de quatro anos. Bivar diz que, se formalizada, a federação na fará oposição ao governo, cenário especulado porque o PP hoje adota uma postura de independência ao Planalto.
Randolfe Rodrigues rechaça a possibilidade de ceder mais cargos ao União no primeiro momento. Ele não descartou, porém, negociar outras cadeiras mais adiante, caso PP e Avante, numa eventual federação, se mostrarem dispostos a engrossar as fileiras da base governista.
"Eles (o União) precisam resolver a fusão com o PP e Avante. O compromisso é que seguirão no governo, mas teremos que ver esta nova realidade, avaliar como fica o quadro diante desta bancada. Antes da fusão ocorrer é impossível travarmos qualquer conversa. A relação deve ser sempre de mão dupla", acrescenta.
Na entrevista ao GLOBO, Bivar citou, uma a uma, as cadeiras que o União gostaria de ocupar para garantir o apoio próximo da totalidade: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Denocs). De acordo com ele, entretanto, com os três ministérios em mãos, já seria possível garantir "mais da metade" da bancada formada por 59 deputados e nove senadores. Randolfe afirma que os cargos pleiteados não serão negociados agora.
Atualmente o União Brasil controla os ministérios do Turismo, sob o comando de Daniela do Waginho; Comunicações, que está com Juscelino Filho; e Integração Nacional, cujo titular é Waldez Góes, que, embora seja filiado ao PDT, foi escolhido por indicação do senador Davi Alcolumbre (União).
Bivar afirmou que, apesar do descontentamento dos petistas, pode garantir que a maioria do União vota com o governo tanto na Câmara quanto no Senado. Além disso, prometeu punir quem não acompanhar a orientação do partido nas deliberações no Congresso. O presidente do União falou ainda sobre as negociações entre União e PP para se unirem em federação e adiantou que o acordo, se sair do papel, não vai representar problemas para o Planalto, já que o PP não está na base.