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Quase 32 milhões de doses da Janssen estão paradas em galpão em Guarulhos

Dos 41 milhões disponíveis, só 9,2 milhões chegaram aos estados e municípios

A vacina da Janssen está autorizada para uso emergencial no Brasil desde março de 2021 (Matthias Bein/picture alliance/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 27 de janeiro de 2022 às 07h59.

Última atualização em 27 de janeiro de 2022 às 08h38.

Quase 32 milhões de doses da vacina da Janssen contra a Covid-19 estão paradas em um galpão do Ministério da Saúde em Guarulhos, na Grande São Paulo. De acordo com a pasta, isso se deve à falta de infraestrutura para a conservação dos imunizantes em algumas redes estaduais, que teriam solicitado a suspensão do envio federal. As informações são do g1.

Levantamento feito pelo “Jornal Nacional” mostrou que, até dezembro de 2021, o Brasil recebeu 41 milhões de doses da vacina da Janssen: 38 milhões como parte de um contrato assinado em março pelo ministério com o laboratório, e 3 milhões advindas de uma doação do governo americano.

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Desse total, porém, apenas 9,2 milhões chegaram aos estados e municípios, segundo um informe técnico do ministério, publicado ontem.

Em nota, o Ministério da Saúde informou que alguns estados solicitaram a suspensão do envio dos imunizantes devido à saturação da rede de frio, ou seja, os freezers e geladeiras usados para armazenar a vacina. O ministério não disse que estados são esses.

Na nota, a pasta também confirma que 31,7 milhões doses estão armazenadas no centro de distribuição e diz que elas poderão ser prontamente distribuídas quando solicitadas.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) afirma que, no fim do ano passado, estados e municípios pediram ao ministério que o envio de doses passasse a ser feito a partir de uma avaliação semanal da demanda de cada estado. O Conass nega, no entanto, conhecer qualquer solicitação dos estados pela distribuição de determinado fabricante em detrimento de outro.

A vacina da Janssen está autorizada para uso emergencial no Brasil desde março de 2021. Em novembro, o Ministério da Saúde passou a recomendar um reforço com uma dose do mesmo imunizante de dois a seis meses depois da primeira dose. Na opinião dos especialistas, a vacina da Janssen pode cumprir um papel estratégico em regiões de difícil acesso.

“Particularmente, em alguns estados da região Norte, há obstáculos, há desafios para que a vacina chegue a aqueles que necessitam da vacinação, evidentemente com muito mais restrições do que o acesso de determinadas populações de locais urbanos e com acesso muito mais disponível. Então, otimizar essas doses é de fato muito importante”, diz Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

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