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"Quanto mais eu falo, mais a vida de Lula se complica", diz Odebrecht

Segundo o delator, conforme ele analisa e envia para a Lava Jato seus e-mails recuperados, mais o ex-presidente se complica

Odebrecht: o delator, acusado na Lava Jato, atualmente, cumpre sua pena em casa (Heuler Andrey/Getty Images/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2018 às 13h03.

Última atualização em 12 de abril de 2018 às 14h19.

Curitiba - O empresário Marcelo Odebrecht afirmou nesta quarta-feira, 11, em depoimento à Justiça Federal que, conforme ele analisa e envia para os investigadores da Lava Jato seus e-mails recuperados, "mais complica" a vida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva , condenado e preso na operação.

Na audiência, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, afirmou ao juiz Sérgio Moro que não teve acesso ao conteúdo integral dos e-mails e que só questionaria em relação àqueles que o empresário selecionou. "Quantos e-mails o senhor analisou, senhor Marcelo?", disse Zanin.

"Eu já devo ter encaminhado mais de 3 mil e-mails, entendeu? Eu digo para o senhor o seguinte: é melhor que a defesa do Lula fique com os e-mails, porque quanto mais eu vou... mais complica a vida dele", respondeu Odebrecht.

O empresário foi ouvido por Moro como colaborador no processo em que é réu - junto com Lula -, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro na compra de um terreno que abrigaria o Instituto Lula, em São Paulo, no valor de R$ 12,5 milhões.

Odebrecht disse que o valor era propina que vinha de uma "conta geral" do PT, de R$ 200 milhões, e que os e-mails recuperados confirmam caixa 2 no negócio e o envolvimento de amigos de Lula na negociação.

A ação penal relativa ao terreno para o Instituto Lula - apontado como propina da empreiteira paga ao ex-presidente - é a próxima a ser julgada contra o petista.

Em fase de conclusão, o processo deve entrar agora nas alegações finais, etapa em que a defesa vai fazer pedir a absolvição e o Ministério Público Federal fará sua manifestação final pela condenação.

Condenado a 12 anos e 1 mês de prisão em segunda instância no caso triplex do Guarujá (SP), Lula está preso na sede da Polícia Federal na capital paranaense. Odebrecht, atualmente, cumpre sua pena em casa.

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