Primeira-dama de João Pessoa é presa pela Polícia Federal na Operação Território Livre
Lauremília Lucena é investigada por crimes de aliciamento de eleitores e associação criminosa
Agência de notícias
Publicado em 28 de setembro de 2024 às 11h26.
A primeira-dama de João Pessoa (PB), Lauremília Lucena, foi presa na manhã deste sábado, 28, pela Polícia Federal.
Ela é investigada na Operação Território Livre por crimes de aliciamento violento de eleitores e associação criminosa relacionados às eleições municipais que se aproximam. Lauremília é esposa de Cícero Lucena, atual prefeito de João Pessoa que tenta a reeleição.
Conforme informações da PF, estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão, além de dois mandados de prisão preventiva nesta terceira fase da operação. A segunda investigada é Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, secretária de Lauremília.
"As diligências realizadas neste sábado são fruto da análise do material apreendido nas duas fases anteriores da operação policial. O objetivo é complementar as provas de materialidade, autoria e circunstâncias dos crimes investigados", informou a PF em nota.
O GLOBO tenta contato com a defesa da primeira-dama.
Declaração do prefeito de João Pessoa
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, marido de Lauremília, publicou uma nota em suas redes sociais na manhã deste sábado, 28, alegando que o caso trata-se de uma "prisão política" e que enxerga a operação como um ataque arquitetado por seus adversários às vésperas da eleição.
"Lauremília não teme as investigações e, na Justiça, demonstrará que é vítima de uma grave perseguição política, orquestrada pelos adversários de Cícero, que claramente utilizam sua influência para esse fim. Trata-se de uma prisão política. Lauremília tem residência fixa e jamais se recusaria a prestar depoimento ou esclarecer quaisquer fatos", disse o prefeito.
Investigações anteriores ligam cargos públicos ao controle de comunidades
Em investigações da PF, Lauremília era apontada como responsável pela indicação de cargos na prefeitura de João Pessoa. De acordo com o G1, esses cargos eram solicitados por pessoas ligadas a grupos que mantêm o controle sobre comunidades da cidade. Em troca, essas pessoas ofereceriam facilidades de acesso às comunidades.
A filha de Lauremília, Janine Lucena, também já tinha sido alvo de busca na Operação Mandare.